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Oficina inédita reúne cadeia produtiva de olericultura de Mato Grosso do Sul
Boa parte das hortaliças consumidas pelos moradores de Mato Grosso do Sul são produzidas em outros Estados brasileiros. Com o objetivo de identificar os principais entraves da cadeia produtiva de olericultura e proporcionar debate para contribuir com o aumento da produção olericola no estado, foi realizada a 1ª Oficina de Concertação em Olericultura de Mato Grosso do Sul. Ao longo de dois dias, 22 e 23 de março, 91 pessoas, estiveram reunidas na Embrapa Agropecuária Oeste para identificar as principais demandas relacionadas a produção de olericulturas no Mato Grosso do Sul.
Para isso, os participantes foram divididos em quatro grupos, com o objetivo de organizar os debates e favorecer as trocas entre os participantes. Os quatro grupos temáticos foram: “Soluções tecnológicas, PD&I e extensão rural na cadeia produtiva da olericultura”; “Mercado, infraestrutura e logística na cadeia produtiva da olericultura”; “Políticas públicas, ações governamentais e apoio a produção familiar” e “Sistema agroecológico de produção de hortaliças”.
O grupo que tratou das “Soluções tecnológicas, PD&I e extensão rural na cadeia produtiva da olericultura”, identificou diversas demandas relacionadas ao uso, manejo e conservação do solo, fitossanidade, clima, uso eficiente e qualidade da água, manejo varietal, assistência técnica, qualidade de mudas, defensivos e insumos, assim como cultivo protegido.
Já, os participantes do grupo que conversou sobre “Mercado, infraestrutura e logística na cadeia produtiva da olericultura”, identificou problemas relacionadas as demandas de comercialização, volume/variedade/periodicidade de oferta, logística e transporte, necessidade de processamento mínimo, precificação do produto, comunicação e marketing e canais de distribuição.
Os participantes do grupo “Políticas públicas, ações governamentais e apoio a produção familiar” citaram as dificuldades relacionadas ao crédito rural e fundiário, habitação rural, compras governamentais, ações governamentais, apoio a produção familiar, agroindústria, Planapo/Plano Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica.
Quando o assunto foram os “Sistemas agroecológico de produção de hortaliças” os problemas revelaram dificuldades em relação a cultivares, fitossanidade, manejo dos solos, cultivo protegido, irrigação, processamento da produção, acesso/consolidação de mercado, assistência técnica, certificação, capacitação do agricultor e hortas agroecológicas escolares.
O evento foi uma realização da Embrapa Agropecuária Oeste, da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), por meio da Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário de Mato Grosso do Sul, em parceria com Governo do Estado, Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de MS (Agraer), Sebrae, Senar e Secretaria Municipal de Agricultura Familiar e Economia Solidária, da Prefeitura Municipal de Dourados.
“Essa foi uma oportunidade inédita para o Mato Grosso do Sul, pois ao reunir toda a cadeia produtiva da olericultura estadual tornou-se possível identificar as principais demandas e gargalos relacionados à cadeia produtiva”, explica o Chefe Adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste, Auro Akio Otsubo. Ele destaca que Mato Grosso do Sul possui aptidão natural para a produção agrícola, com clima e solo adequados, além de base científica e tecnológica, agricultores e assistência técnica rural e que o Estado possui potencial para tornar-se um grande produtor de verduras e hortaliças.
Seminário Olericultura – A abertura da 1ª Oficina de Concertação em Olericultura contou com a realização do Seminário intitulado “Cenário, Desafios e Oportunidades para a Olericultura em Mato Grosso do Sul”, que reuniu 217 participantes e palestrantes de outras regiões do Brasil, que trouxeram informações diversificadas sobre pesquisa, mercado, infraestrutura, logística, organização de pequenos produtores, entre outros assuntos.
Carlos Antônio Banci, da Emater, do Distrito Federal, em sua apresentação intitulada “O cenário e desafios da produção e comercialização de hortaliças no Brasil e os mercados potenciais para MS”, destacou a importância da constituição de pólos produtivos, que possibilitem organizar a produção e comercialização dos mesmos, proporcionando capacitação profissional e profissionalização dos pequenos produtores de olericultura. “O fortalecimento da olericultura passa por empreendedorismo, agregação de valor, investimentos em capacitação em gestão e logística, crédito rural adequado, incentivo a integração e as parcerias, entre outros fatores”, salientou. No período da tarde, Banci, apresentou um caso de sucesso, relacionado a organização de pequenos produtores, que deu origem a Cootquara, de Planaltina (DF), em 1997.
O chefe geral da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF), Warley Marcos Nascimento, falou sobre o panorama da produção de hortaliças no Brasil. Ele destacou que as hortaliças geram 2,4 milhões de empregos diretos, ou seja 3,5 empregos por hectare. Ele falou do grande potencial de desenvolvimento do setor, destacando a importância das inovações, que proporcionaram a modernização do setor produtivo de hortaliças. Agregação de tecnologias, novos canais de distribuição e comercialização das hortaliças, cultivo de espécies nutracêuticas (com melhor qualidade nutricional e funcional), importações e exportações brasileiras, mudanças de hábitos de consumo, rastreabilidade e grandes desafios para o futuro também fizeram parte da palestra de Nascimento.
Christiane Congro Comas (Mtb-SC 00825/9 JP)
Embrapa Agropecuária Oeste
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