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25/03/15 |   Recursos naturais

Catadoras de mangaba reforçam importância da luta

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Foto: Saulo Coelho

Saulo Coelho - Lideranças relataram experi~encias e reforçaram pautas de luta

Lideranças relataram experi~encias e reforçaram pautas de luta

Manter-se unidas, articuladas e engajadas na luta contínua por reconhecimento e condições de existência digna. Esse é o principal objetivo do Movimento das Catadoras de Mangaba (MCM) de Sergipe, que realiza de 24 a 26 de março o seu quarto encontro, na Universidade Federal de Sergipe, no campus de São Cristóvão.

Com apoio da UFS e da Embrapa, o encontro reúne catadoras de comunidades extrativistas de importantes áreas de ocorrência da fruta no litoral sergipano, como os municípios de Indiaroba, no sul, e Barra dos Coqueiros, na Grande Aracaju.

A pesquisadora Dalva Mota, da Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA), e o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) lotado em Recife, PE, Josué Francisco da Silva Jr., considerados pelas lideranças das catadoras os ‘padrinhos do movimento', vieram a Sergipe especialmente para o encontro. O chefe-geral da Unidade da Embrapa em Sergipe, Manoel Moacir Macedo, também prestigiou o encontro, acompanhado pela chefe de Administração, Aline Moura.

Juntamente com a analista Raquel Fernandes, também presente no evento, Josué e Dalva têm desenvolvido diversas pesquisas, tanto na linha agronômica quanto social, para garantir meios de conservação da mangaba para o futuro e para caracterizar a situação socioeconômica dessa população tradicional, suas vulnerabilidades e potencialidades. Alguns desses resultados de pesquisa estão em diversas publicações, como o ‘Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe' e ‘As mangabeiras. As Catadoras. O Extrativismo', além do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) mantido pela Embrapa Tabuleiros Costeiros em Itaporanga d'Ajuda, no litoral sul sergipano, para garantir a conservação dos recursos genéticos da fruta.

Após a mesa de abertura, com presença de representantes da Embrapa, UFS e Emdagro, além de lideranças do movimento e representantes políticos, as mulheres catadoras e os demais presentes entoaram uma bela canção em homenagem à importância do fruto. A música integra o segundo CD do movimento, que será lançado na quinta (26).

Pautas
Na quarta e quinta-feira (24 e 25), a programação envolve discussões sobre a avaliação do movimento em Sergipe, que já vem se articulando com apoio da UFS e Embrapa desde 2003, partilha de relatos e experiências percebidas e vividas pelas participantes, novas concepções de auto-organização do movimento, e eleição de novas lideranças.

A principal pauta de luta das catadoras em Sergipe é a pela criação de Reservas Extrativistas (Resex), que possam garantir oficialmente áreas de proteção da ocorrência da fruta no litoral sergipano sem interferência do avanço imobiliário e do agronegócio, especialmente do monocultivo canavieiro, os dois maiores fatores de redução das mangabeiras na região.

Para as mulheres do movimento, a demarcação dessas áreas da restinga sergipana é imprescindível para a manutenção da cultura das comunidades tradicionais extrativistas e para que as e os extrativistas continuem vivendo do seu trabalho na cata da mangaba e na pesca.

"É por isso que reivindicamos acesso irrestrito às áreas de extração, a partir da desapropriação de áreas para fins de reforma agrária e criação de reservas extrativistas (Resex). Essa medida assegura a geração de renda das extrativistas e, essencialmente, garante a preservação da biodiversidade das comunidades tradicionais", afirma Adirani Souza Mendonça da Silva, Catadora de Mangaba do Povoado Pontal, município de Indiaroba.

Ato público e lançamento de CD
O encontro terminará na quinta-feira (26) com um grande ato público na Praça Fausto Cardoso, Centro de Aracaju, a partir das 8h do dia 26. A manifestação terá caminhadas à Assembleia Legislativa, Ministério Público e Palácio do Governo para fazer a entrega de um dossiê que relata e denuncia a situação das áreas de restinga sergipana. No fim da tarde, as Catadoras de Mangaba lançam seu segundo CD, ‘Quero ver rodar com as griôs da restinga sergipana'.

O novo álbum é uma realização da Associação das Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai), por meio da equipe do Projeto Catadoras de Mangaba Gerando Renda e Tecendo Vida em Sergipe, patrocinado pela Petrobras, com o apoio da Universidade Federal de Sergipe e Movimento das Catadoras de Mangaba de Sergipe.

Mais fotos da abertura do encontro na rede social Flickr

Com informações da Asscom/MCM

Saulo Coelho (MTB/SE 1065)
Embrapa Tabuleiros Costeiros

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Telefone: 79 4009-1381

Mais informações sobre o tema
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