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Plano para desenvolver a agropecuária do Nordeste sai em fevereiro
Um plano detalhado com sugestões para um programa de desenvolvimento agropecuário do Nordeste, que será entregue à futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, pelo presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa, estará pronto até o final de fevereiro de 2019. O documento começou a ser construído nesta quarta-feira 12, durante todo o dia, por todos os chefes de Unidades da empresa na região, numa reunião em Teresina.
Redigida pelos pesquisadores Flavio Blanco e Bruno Souza, da Embrapa Meio-Norte, a primeira versão do plano estará pronta em janeiro do próximo ano, e passará pelo crivo dos gestores das Unidades envolvidas. O encontro começou com o pesquisador Kleper Euclides, assessor da presidência da empresa, falando de “Ideias para compartilhar”, onde ele destacou pontos a serem explorados pela pesquisa agropecuária na região hoje e no futuro.
Didático, o pesquisador mostrou a necessidade de se “encontrar equilíbrio entre o avanço do conhecimento e o atendimento aos anseios do mercado de inovação”. Euclides disse que um dos desafios da instituição no Nordeste é “vencer a pobreza rural e incorporar a agricultura de pequena escala nas cadeias de valor”. São desafios, segundo ele, a alta produtividade, redução de riscos, eficiência bioeconômica, agregação de valor aos produtos e processos e a redução das assimetrias regionais.
A apresentação dos problemas e seus respectivos pontos de estrangulamento no meio rural nordestino, e as propostas para mudar o perfil da agropecuária, pelos gestores, foi feita pela ordem: Unidades ecorregionais, de produtos e temáticas. O primeiro a falar foi o anfitrião, Luiz Fernando Leite, chefe geral da Embrapa no Piauí, que mostrou em detalhes o programa Aliança para Inovação Agropecuária no Meio-Norte. O programa está estruturado em oito projetos bem definidos nas áreas de fruticultura, sistemas de produção animal e vegetal, apicultura e manejo de solo e água.
Recursos naturais
Praticamente todas as sugestões dos gestores apontaram na direção de um eixo estratégico na sobrevivência do homem rural do Nordeste: os recursos naturais. O chefe geral da Embrapa Semiárido, Pedro Gama, por exemplo, destacou a criação de políticas de estímulo à conservação, uso e valoração da biodiversidade vegetal da Caatinga. Ele foi mais longe e defendeu uma “infraestrutura para o aumento da segurança hídrica”; estímulo ao desenvolvimento e uso de energias renováveis: e “políticas de valoração do turismo rural”.
O semiárido brasileiro, segundo dados da Sudene e do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), reúne 1.262 municípios numa área de 1,03 milhões de quilômetros quadrados. São 27 milhões de pessoas que vivem na região, num total de 12% da população brasileira. A população rural é de 8,6 milhões de pessoas. O número representa 38% dos habitantes rurais do País. Eles representam 88% de agricultores familiares, ocupando 75% das propriedades, que têm no máximo 20 hectares.
Ainda é anêmica a realidade produtiva e econômica da agropecuária no semiárido. Das 172 unidades geoambientais do Nordeste, 110 apresentam sistemas agrícolas com baixa eficiência e com os piores indicadores sociais do País. Pelo menos 20 milhões de hectares de terra estão degradados. Há degradação também dos recursos hídricos; declínio nas atividades econômicas e baixa produção.
Participaram da reunião os chefes gerais Lucas Antônio de Sousa Leite – Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE); Liv Soares Severino - Algodão (Campina Grande, PB); Marco Aurélio Delmondes Bonfim – Caprinos e Ovinos (Sobral, CE); Maria de Lourdes Brefin - Cocais (São Luís, MA) esta por meio de videoconferência; Luiz Fernando Leite – Meio-Norte (Teresina, PI); Alberto Duarte Vilarinhos – Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA); Pedro Carlos Gama da Silva – Semiárido (Petrolina, PE); Marcelo Ferreira Fernandes –Tabuleiros Costeiros (Aracajú, SE); e André Júlio do Amaral - coordenador técnico da Unidade de Execução de Pesquisa (UEP) da Embrapa Solos no Recife.
Fernando Sinimbu (654 MTb/PI)
Embrapa Meio-Norte
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