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Embrapa oferece curso para identificação de bioindicadores em áreas de aquicultura
A conservação dos ecossistemas aquáticos tem sido prejudicada devido aos impactos causados pela poluição humana e outras atividades antrópicas como super-exploração dos recursos hídricos e produção pesqueira.
O segundo curso invertebrados aquáticos ocorrentes em áreas de aquicultura e identificação taxonômica de larvas de Chironomidae (Diptera) incluirá também introdução à utilização de DNA barcoding na identificação das larvas de Chironomidae e busca analisar os principais grupos de invertebrados aquáticos que ocorrem nessas áreas, além de identificar taxonomicamente as principais subfamílias e gêneros da família Chironomidae. Será realizado na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) de 17 a 18 de setembro, com o uso dos Laboratórios de Ecossistemas Aquáticos e de Microbiologia Ambiental para as aulas práticas.
Coordenado pelos pesquisadores Mariana Moura e Silva (Embrapa Meio Ambiente) e Artur Jordão de Magalhães Rosa (Embrapa Cerrados), e pelo pós-doutorando Hugo Henrique Saulino (USP São Carlos), consistirá de aulas teóricas e práticas, ambas nas dependências da Embrapa Meio Ambiente. Durante as aulas práticas os participantes efetuarão práticas de identificação taxonômica morfológica com auxílio de lupa e microscópio. As aulas teóricas abordarão os temas de biologia e ecologia de ambientes aquáticos.
Além disto serão abordados temas em entomologia molecular, que com os recentes avanços na área de genômica propiciaram o desenvolvimento de novas tecnologias e abordagens para identificação taxonômica dos organismos e avaliação da composição do ecossistema, como por exemplo o sequenciamento genético do gene COI, método inovador que consiste na extração do DNA do organismo, amplificação por meio de PCR e sequenciamento do gene COI. A sequência do gene COI por sua vez é comparada com o banco de dados e por similaridade a identificação da espécie pode ser efetuada. Isto permite aumentar o tamanho amostral e melhorar a resolução taxonômica pela identificação molecular dos organismos, especialmente no caso de formas larvais.
Conforme Mariana, "seu uso facilitará o conhecimento da fauna aquática e possibilitará um maior refinamento das análises ecológicas, assim como identificação e uso de espécies bioindicadoras da qualidade da água de um modo geral, e na piscicultura em particular, além de ser empregada como ferramenta auxiliar nas práticas de manejo, na gestão da biodiversidade aquática e também na identificação de impactos potenciais relacionados com a atividade de aquicultura".
A piscicultura é considerada uma das mais promissoras atividades agropecuárias do Brasil, com grande potencial de exportação. A produção de tilápia (Oreochromis sp.) avançou significativamente a partir dos anos de 1990, posicionando o país como um dos grandes produtores mundiais de pescado. Devido aos impactos potenciais que a atividade de piscicultura faz-se necessária investigação das dimensões de seus impactos, os quais possibilitarão tomadas de decisão mais fundamentadas na gestão sustentável da produção do pescado e conservação concomitante da água e da biodiversidade aquática.
Entre as abordagens de análise e acompanhamento das atividades antrópicas nos ecossistemas de água doce, o biomonitoramento tem se destacado com a utilização da biota local como indicadora da qualidade ambiental desses ecossistemas. Os macroinvertebrados, tradicionalmente identificados por avaliação morfológica, se destacam pela sua abundância, diversidade de espécies e também de funções ecológicas. Por estes motivos eles podem ser utilizados como espécies indicadoras ou compor índices bióticos, temas que serão abordados neste curso.
Entre os grupos que compõem a comunidade de macroinvertebrados aquáticos, a família Chironomidae (Insecta - Diptera) se destaca pela sua participação numérica e diversidade, respondendo por mais de 50% dos táxons nas comunidades de água doce. O grupo habita quase todos os tipos de ecossistemas aquáticos. Na abordagem de biomonitoramento, as larvas da família Chironomidae são conhecidas por apresentarem hábitos generalistas e serem tolerantes às alterações ecossistêmicas. Em especial, destaca-se o gênero Chironomus, que responde com aumento da abundância ao aumento de cargas de poluição orgânica na água.
No entanto, pelo grupo ser considerado de difícil identificação, têm-se negligenciado as informações de outros táxons pertencentes a essa família, principalmente daqueles que vivem em locais preservados ou pouco alterados, o que resulta na simplificação das informações ecológicas do grupo e subestimação do conhecimento e potencial uso de outros táxons como indicadores da qualidade dos ecossistemas de água doce.
Programa
Dia 17 de setembro
8h30 - 9h - Boas vindas e recepção com café da manhã
9h - 10h - Apresentação dos principais grupos de invertebrados aquáticos e sua importância ecológica no contexto da aquicultura
10h - 10h30 - Métodos de coleta e ocorrência de táxons em viveiros escavados e reservatórios com aquicultura
10h30 às 11h - Intervalo para café
11h às 12h - Introdução à Utilização de DNA Barcoding na Identificação de Chironomidae
12h às 13h30 - Almoço
13h30 às 14h30 - Apresentação da família Chironomidae: ecologia e seus principais caracteres morfológicos de identificação taxonômica
14h30 - 17h - Confecção de lâminas para identificação
Dia 18 de setembro
8h30 – 10h30 - Montagem de lâminas no LEA
10h30 – 12h - Identificação de gêneros de Chironomidae com auxílio de chaves taxonômicas
Inscrições pelo email cnpma.eventos@embrapa.br
Cristina Tordin (MTB 28499)
Embrapa Meio Ambiente
Contatos para a imprensa
meio-ambiente.imprensa@embrapa.br
Telefone: 19 3311 2608
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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