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07/10/19 |   Segurança alimentar, nutrição e saúde  Transferência de Tecnologia

Embrapa e Emaús colhem super produção de batata-doce biofortificada

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Foto: Kélem Cabral

Kélem Cabral - Adolescentes atendidos pelo Emaus ajudadaram na colheita

Adolescentes atendidos pelo Emaus ajudadaram na colheita

A parceria entre a Embrapa Amazônia Oriental e o Movimento República de Emaús, em Belém (PA), realizou na última sexta-feira (4) a primeira colheita de batata-doce biofortificada e a quantidade surpreendeu ao render cerca de 9 quilos da raiz por metro quadrado, o que, proporcionalmente, equivale a mais de 40 toneladas por hectare, dez a mais que a média nacional.

A coleta das raízes ocorreu durante o último módulo de 2019 dos cursos de produção de hortaliças ministrados pela Embrapa e parceiros para crianças, jovens, além de pais e membros da comunidade, todos atendidos pelo Movimento República de Emaús, que há cerca de 50 anos trabalha com pessoas em situação de risco social em um dos bairros mais pobres da capital paraense. O curso “Importância das hortaliças na alimentação, colheita e pós colheita”, contou com Jaime Carvalho, da Embrapa, e Ítalo Sampaio, doutorando da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), como palestrantes.

Durante todo o ano foram realizados diversos treinamentos e a instalação de uma vitrine tecnológica para a produção de hortaliças e espécies arbóreas e florestais. O projeto tem duração de cinco anos e além da capacitação da comunidade atendida, tem por objetivo promover segurança e soberania alimentar, estimular hábitos saudáveis na alimentação e renda extra para auxiliar na sustentabilidade do projeto social.

E os primeiros resultados começam a ser observados. Com a ajuda da comunidade e técnicos da Embrapa, a produção de hortaliças tem surpreendido em qualidade e produtividade, conforme avaliou o analista da Embrapa Jaime dos Santos Carvalho, responsável pela Rede BioFORT no Pará e pela condução da safra de batata-doce biofortificada no Movimento.

A colheita foi mais uma prova de que é possível cultivar produtos agropecuários em meio urbano, como alternativa de renda e qualificação profissional. A espécie plantada foi a Beauregard, uma cultivar norte-americana, testada e recomendada pela Embrapa Hortaliças (Brasília, DF), por meio da Rede BioFORT. A cultivar apresenta como diferencial, em relação aos outros materiais de batata-doce, uma polpa alaranjada, característica conferida pela altíssima quantidade de betacaroteno (Provitamina A), podendo chegar e até dez vezes mais que as batatas-doces comuns. Outra vantagem é a produtividade muito superior que as convencionais, o que garante, se utilizados os tratos culturais adequados, grande produção mesmo em que pequenos espaços. Foi o que ocorreu com o plantio do projeto, conforme conferiu Jaime Carvalho.

No Emaús, a colheita superou a expectativa chegando ao equivalente, proporcional de 42 toneladas por hectare. Algumas batatas alcançaram o peso de um quilo. “A batata-doce é um produto de boa aceitação, de fácil condução no campo e alta produtividade. Os produtos biorfortificados têm a função de combater a desnutrição, muito comum nas regiões mais pobres do país”, explicou o analista da Embrapa.

Alimentação mais saudável à mesa

A colheita obtida no Emaús já tem destino certo. A maior parte será consumida pela comunidade atendida que chega a 700 pessoas. O excedente comercializado.

E para incrementar o cardápio foi doado ao projeto, durante o curso, uma cópia da publicação Receitas Biofortificadas, elaborado pela Embrapa em parceria com a Rede BioFORT, além da degustação de creme, bolo e batata chips, tudo feito com a produção local.

Os resultados também começam a ser sentidos nos hábitos alimentares das crianças e jovens atendidos pelo Emaús. Lúcia Barreira, educadora da instituição, contou que o desperdício de alimentos tem caído drasticamente. “Além de consumir alimentos mais saudáveis, produzidos aqui mesmo, não vemos mais aquela ‘catação’ de verduras e folhosas nos pratos, o que era comum antes da parceria. Ao conhecer melhor as hortaliças consumidas e até participar de sua produção, esse alimento tem sido mais apreciado pelos alunos”, comemora Lúcia.

Todo esse trabalho é fruto do projeto Transferência de Tecnologias e Educação Ambiental para a Formação Cidadã, firmado entre a Embrapa e o Emaús por meio de por meio de recursos provenientes de emenda parlamentar proposta pelo senador Paulo Rocha, mediado pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Conta também com um conselho consultivo formado pela parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Instituto Federal do Pará (IFPA), Emater e Pará Orgânico.

 

Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

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