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Ações na pós-colheita visam reduzir perdas e garantir sustentabilidade ambiental
"Sistemas Alimentares Saudáveis" foi o tema escolhido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação (FAO) para nortear as discussões relacionadas à segurança alimentar em 2013. E quando se fala em segurança alimentar, a questão colocada em primeiro plano diz respeito ao aumento da produção, que deveria - conforme preconiza a FAO – caminhar paralelo à preocupação com a sustentabilidade. Geralmente, uma das assertivas presentes nessas discussões tem sido o desafio, para a pesquisa agropecuária, em conciliar essas duas vertentes.
Para a pesquisadora da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) Milza Lana, as discussões vão ainda mais longe, principalmente quando se trata das hortaliças e de suas vulnerabilidades. Questões, naturalmente, que representam uma das premissas do seu trabalho na área de Pós-Colheita: "Quando há a perda do alimento, qual o custo disso para o meio ambiente?", exemplifica. Dentro dessa perspectiva, segundo ela, a perda não fica limitada a prejuízos para os protagonistas dos setores que atuam na produção, armazenagem, comercialização e consumo. "Temos, por exemplo, perdas nos quesitos terra, água, combustível, adubo, todos eles recursos escassos e de altos custos".
As perdas ainda provocam a degradação do meio ambiente, quando o alimento é jogado no lixo, e o aumento dos preços. No primeiro caso, Milza aponta a produção de metano, gás de efeito estufa e um dos vilões apontados como responsáveis pela mudanças climáticas e suas consequências; no lado econômico, a questão é a autocompensação por parte do comerciante. "Se ele sabe que vai ter uma perda de 30%, embute esse percentual no preço do alimento", anota.
O consumidor, de acordo com a pesquisadora, também faz parte da lista, a partir de alguns hábitos que implicam no desperdício durante as fases de escolha, armazenamento e consumo. Em sua opinião, manuseio e conservação incorretos geram perdas que poderiam ser evitadas a partir de algumas mudanças de comportamento.
AÇÕES
Com base nessa realidade, algumas estratégias foram adotadas com o objetivo de oferecer alternativas que possam reduzir o volume crescente dessas perdas. Para o consumidor, foi criado o site hortaliças na web , que traz informações práticas sobre como comprar, conservar e consumir, além de receitas simples de preparo de hortaliças.
Na questão relacionada à produção no campo, Milza informa que vem trabalhando com produtores do Distrito Federal para disseminar o uso de algumas ferramentas definidas por ela como "partes de uma estrutura mínima para beneficiamento da hortaliça na propriedade", composta de uma cobertura, mesa com cavalete e um carrinho de colheita.
"O que estamos tentando passar para o produtor são as vantagens de ter um espaço coberto e instrumentos que possam reduzir a tanto a incidência de dano mecânico como a possibilidade de contaminação, o que termina por agregar maior lucro, já que resulta em maior conservação e durabilidade do alimento durante o processo compra-venda-consumo", sintetiza a pesquisadora.
Anelise Macedo (MTB 2749/DF)
Embrapa Hortaliças
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