A planta de arroz possui desenvolvimento ótimo entre as temperaturas de 20°C e 30°C, de acordo com o estádio de seu desenvolvimento. Temperaturas inferiores a 20°C passam a causar danos significativos à espécie. No estado do Rio Grande do Sul a frequência de ocorrência de temperaturas do ar e do solo menores que 17°C e 20°C, respectivamente, durante a fase de desenvolvimento inicial da cultura é uma constante no mês de setembro e nos primeiros 10 dias de outubro, principalmente nas regiões Litoral, Grandes Lagoas e Campanha. As perdas causadas por temperaturas infraótima (temperaturas inferiores ao limite mínimo a partir do qual a planta de arroz tem prejudicada sua habilidade de manter os processos de crescimento e desenvolvimento) podem ultrapassar 50%, dependendo do estádio de desenvolvimento em que a planta é atingida. Nos últimos anos, os produtores passaram a antecipar o período de início da semeadura, com a finalidade de ampliar esta janela, a qual é afetada por condições climáticas adversas. Para garantir a estabilidade produtiva, econômica e ambiental da cultura do arroz frente aos estresses abióticos, esse projeto tem como objetivo geral fenotipar e genotipar, em larga escala e com o maior grau possível de resolução e escala, um conjunto de genótipos, buscando a definição de uma coleção temática direcionada à tolerância do arroz às temperaturas infraótima nos estádios iniciais do seu desenvolvimento; caracterizar, valorar e promover o uso de recursos genéticos, bem como gerar ativos pré-tecnológicos. As ações previstas integrarão os esforços do grupo de pesquisa do Programa de Melhoramento Genético do Arroz Irrigado da Embrapa Clima Temperado e Embrapa Arroz e Feijão e de instituições parceiras, como a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).