Uma das formas de reduzir a insegurança alimentar e a fome, que se agravaram consideravelmente últimos anos, é o investimento na agricultura urbana e em todo o sistema agroalimentar que ela engloba, o que inclui as etapas de produção, processamento, comercialização e mudança de hábitos. Mas, apesar do crescimento de iniciativas com esse foco, alavancadas por prefeituras e ONGs, faltam tecnologias e insumos eficientes e de baixo custo, adaptados às diferentes realidades. É esta lacuna que este projeto pretende ajudar a preencher.
A partir da atuação no sistema agroalimentar da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, espera-se entender os gargalos da agricultura urbana e periurbana, e disponibilizar tecnologias e estratégias para a produção agroecológica. Sabe-se que, no ambiente urbano, os agricultores se deparam com restrições diferentes dos ambientes rurais, tais como limitação de espaço, solo muito degradado e de baixa fertilidade, pouca arborização no entorno da área produtiva, ausência de comércio especializado em produtos agropecuários, agricultores com pouco conhecimento e experiência na produção agrícola, entre outros entraves.
Por outro lado, de acordo com a FAO, cerca de 55% da população mundial é urbana e espera-se que até 2050 este percentual chegue a 68%, aumentando significativamente a demanda por fornecimento de alimentos nas cidades – o que torna a agricultura urbana e periurbana ainda mais importante. A execução do projeto conta com a parceria do Projeto Hortas Cariocas, vinculado à prefeitura do Rio de Janeiro, além da Pesagro-Rio, da UFRRJ e da Fiocruz Mata Atlântica.
Assim, espera-se desenvolver e adaptar tecnologias agroecológicas para o ambiente urbano e, a partir de diagnósticos realizados nessa região da capital fluminense – que entende-se ser similar à realidade de diversas outras metrópoles brasileiras –, capacitar os agricultores urbanos para agregação de valor e geração de renda.