Embrapa Clima Temperado
Gestão de custos e viabilidade econômica do cultivo protegido de pêssegos na região de Pelotas.
Autoria: NAVA, G.; BARICELO, L. B.
Resumo: ABSTRACT – The peach tree is the third most cultivated temperate fruit in Brazil, with an area exceeding 15,600 ha. Part of this cultivation is for industrial processing, with less economic return to the farmer. Protected cultivation in greenhouses can be an alternative to this situation, which could also facilitate the production of peaches using fewer pesticides. The objective of this work was to evaluate the economic viability of peaches production in a protected environment, for the conditions of Rio Grande do Sul State (region of Pelotas). The evaluated economic parameters were net present value (NPV), internal rate of return [IRR], simple payback and payback back. The capital discount rate was 8%. In addition, three production scenarios were analysed (with and without crop frustration and another one with fruit losses of 20% in the harvest). A sensitivity analysis was applied in order to verify the impact of the price reduction on fruit commercialization. In the scenario without crop frustration, the project achieved NPV of R$115,490.55 and IRR of 30% p.a., with a discounted payback of 3.27 years. The crop frustration scenario showed NPV of R$ 68,219.54 and IRR of 24% p.a. The third scenario, which considers losses of 20% on production, totaled NPV of R$ 20,416.76 and IRR of 14% p.a. To be economically viable, there must be a price differential, which only occurs for the production of fresh peaches with a higher added value. The sensitivity analysis indicated a totally adverse economic situation for the producer, when simulating the same value paid for fruit produced in a protected environment (organic) and conventional, in which case the investment is not justified, even for the production of fresh fruits. RESUMO – O pessegueiro é a terceira frutífera temperada mais cultivada no Brasil, com área superior a 15.600 ha. Parte desse cultivo é destinado ao processamento industrial, com retorno econômico menor ao produtor, se comparado ao sistema de produção de frutas in natura. O cultivo protegido em estufas pode ser uma alternativa para contrapor esse problema, além de oferecer pêssegos com menor uso de agrotóxicos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a viabilidade econômica da produção de pêssegos no sistema de produção orgânica em ambiente protegido, para as condições do Rio Grande do Sul. Os indicadores econômicos avaliados foram valor presente líquido (VPL), taxa interna de retorno (TIR), payback simples e payback descontado. A taxa de desconto do capital foi de 8%. Além disso, analisaram-se três cenários de produção (com e sem frustração de safras e outro com perdas de 20% na colheita) e utilizou-se a análise de sensibilidade para verificar o impacto da redução do preço recebido pela fruta. No cenário sem frustração de safra, o projeto apresentou VPL de R$115.490,55 e TIR de 32% a.a., com payback descontado de 3,27 anos. O cenário com frustração de safras apresentou VPL de R$68.219,54 e TIR de 24% a.a. O terceiro cenário, que considerou perdas de 20% sobre a produção, apresentou VPL de R$20.416,76 e TIR de 14% a.a. Contudo, para que o investimento seja economicamente viável deve existir um diferencial de preços, o que ocorre somente para a produção de pêssegos in natura com maior valor agregado. A análise de sensibilidade indicou uma situação econômica totalmente adversa ao produtor, quando se simulou o mesmo valor pago pela fruta produzida em ambiente protegido (orgânica) e convencional, não se justificando nessa situação o investimento, mesmo para produção de frutas in natura.
Ano de publicação: 2024
Tipo de publicação: Folhetos
Unidade: Embrapa Clima Temperado