A existência e a proliferação de plantas invasoras na área em recuperação pode afetar o desenvolvimento das plantas, em especial as mais novas, sejam aquelas advindas da regeneração natural, ou as estabelecidas via plantio de mudas ou sementes. Tais plantas competem com as espécies de interesse por água, luz e nutrientes presentes no solo, podendo inviabilizar a estratégia de recuperação. A escolha do método para o controle de invasoras dependerá da estratégia adotada. No caso da estratégia Regeneração Natural Com manejo, o controle de competidoras pode se dar por meio de roçada manual ou controle químico com o uso de herbicidas de baixo impacto ambiental. Por sua vez, na estratégia Plantio em área total o controle de invasoras pode ser feito de quatro maneiras, a saber: roçada manual e seletiva; roçada mecanizada; uso de plantas de cobertura; e controle químico pelo uso de herbicidas de baixo impacto ambiental. Diferente das demais, a estratégia Sistemas Agroflorestais não permite o controle de invasoras por meio de herbicidas, privilegiando métodos mais naturais como a roçada manual ou mecanizada e o uso de plantas de cobertura. Ressalta-se que o uso conjugado de métodos de controle também pode ser necessário, dependendo da estratégia de recuperação, da área, do estado de competição e das plantas invasoras predominantes.
1. Roçada manual
Indicado para áreas onde a regeneração natural é relevante, devendo a operação ser realizada de forma seletiva visando não danificar as plantas de interesse. Nesse caso, as plantas de interesse podem ser sinalizadas no campo com pequenas estacas, cartões, tecidos, etc. A operação pode ser realizada com o uso de foice ou ferramenta similar, ou ainda com roçadeiras costais, preservando as plantas de interesse. A operação pode ser repetida em fases posteriores de desenvolvimento da área, caso o monitoramento aponte necessidade.
2. Roçada mecanizada
Indicado para áreas onde a regeneração natural é muito baixa ou inexistente. No primeiro caso, as plantas de interesse podem ser sinalizadas no campo com auxílio de pequenas estacas, cartões, tecidos, etc, visando orientar a operação mecânica. A operação deve ser realizada utilizando-se trator com roçadeira acoplada. A altura de corte recomendada é de 10 centímetros.
3. Uso de plantas de cobertura
O uso de plantas de cobertura para o controle de plantas competidoras pode se dar isoladamente, ou conjugado com outros métodos de controle, sejam manuais, mecânicos ou químicos. É um método indicado para áreas onde há restrições quanto ao uso de herbicidas. O princípio básico para seu uso é o de promover um rápido e bom sombreamento do solo, dificultando o estabelecimento de plantas indesejáveis, em especial plantas que requerem luminosidade para o seu desenvolvimento, como as gramíneas. As plantas de cobertura mais conhecidas para esse fim pertencem ao grupo das leguminosas, tais como crotalária, feijão-guandu e feijão-de-porco. Tais plantas apresentam rápido crescimento inicial, além de realizarem a fixação de nitrogênio atmosférico por meio da associação com microrganismos em suas raízes, incorporando nitrogênio ao solo, sendo este um nutriente essencial para o crescimento e o desenvolvimento vegetal. Dessa forma, além da cobertura do solo, contribuem para a melhoria das condições de fertilidade do solo na área em recuperação.
4. Controle químico com uso de herbicidas de baixo impacto ambiental
Indicado para áreas sem restrições ao uso de herbicidas, elevada infestação e difícil controle de plantas invasoras. Os herbicidas podem ser seletivos para espécies de folhas largas (dicotiledôneas) ou estreitas (monocotiledôneas, grupo que pertencem os capins). A aquisição desses produtos deve ser feita por meio da emissão de receituário agronômico por profissional habilitado, contendo as características do produto, as dosagens a serem utilizadas para os grupos de espécie-alvo de interesse, sua forma de preparo e aplicação, além das áreas onde os produtos podem ser utilizados. Sua aplicação pode ser realizada via bombas costais (manuais ou motorizadas) ou por meio de trator acoplado com implementos de pulverização adequados. Em todos os casos, deve ser observado o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), além da adequada destinação das embalagens vazias. O uso de herbicidas em Áreas de Preservação Permanente deve ser evitado, salvo com autorização do órgão ambiental. A aplicação desses produtos deve seguir as orientações de
boas práticas para aplicação de agrotóxicos.