Jogo paradidático proporciona diversão aliada à educação ambiental
“Gostei muito. Estimula o aluno a ter mais curiosidade sobre o Cerrado. Aqui a gente teve a oportunidade de entender coisas que iam passar despercebidas se não estivéssemos numa dinâmica que envolvesse a realidade da nossa idade”. Foi dessa forma que a estudante Mariana Braga, 12 anos, aluna do sétimo ano da escola La Salle, unidade de Sobradinho (DF), explicou porque gostou do jogo Desafio no Cerrado. A opinião foi compartilhada por seu colega de turma, Brenno Ouriques. “A brincadeira acaba ensinando mais”, afirmou o jovem, também de 12 anos.
Os estudantes fizeram parte da primeira turma que participou no início deste mês da aplicação do jogo, atividade prevista no projeto “Popularizando conhecimentos sobre os recursos naturais do bioma Cerrado através do jogo educativo ambiental ‘Desafio no Cerrado”. O projeto é financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAP/DF) e cofinanciado pela Embrapa. O público-alvo do trabalho são estudantes e professores do ensino fundamental II de escolas do Distrito Federal. O material paradidático foi concebido pelo analista e designer gráfico da Embrapa Cerrados, Renato Berlim, líder do projeto, durante seu Mestrado em Prática Educacional e Inovação cursado na Universidade de Southampton, no Reino Unido.
O jogo “Desafio no Cerrado” possui peças que se encaixam nos quatro lados e que formam áreas de matas, campos e Cerrado típico de acordo com o bioma. Se o jogador encaixa a peça no local mais adequado e consegue lidar com as situações adversas que vão aparecendo no decorrer da partida, vai avançando algumas “casas”. No final, ganha quem acumular mais pontos. “A ideia é mostrar a diversidade, a importância do Cerrado e despertar o interesse das crianças sobre a conservação do bioma. O jogo simula mais de 20 situações de aprendizagem e dura em média 60 minutos”, explica Berlim.
O material foi aperfeiçoado nos últimos anos por meio de pesquisa envolvendo profissionais da Embrapa com conhecimento sobre o bioma, jogadores experientes e membros do projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (Probio), da Universidade de Brasília (DF). O desenvolvimento do jogo foi um dos produtos do projeto Guia Prático sobre Técnicas de Recuperação de Matas de Galeria, convênio entre a Embrapa e a Fundação Banco do Brasil. Desde 2013, o jogo também vem sendo aplicado em eventos e para grupos diversos, o que possibilita seu contínuo aprimoramento.
Além de difundir conhecimentos, em escolas do Distrito Federal, sobre o bioma Cerrado relativos à preservação, conservação e manejo dos recursos naturais, o projeto também busca levantar informações sobre a produção de materiais paradidáticos e, especialmente, sobre seu emprego no ambiente escolar. Após cada partida, os alunos respondem um questionário cujos objetivos estão ligados à verificação do que puderam extrair, interpretar e aprender a partir do jogo. Com a aplicação dessas perguntas também busca-se detectar aspectos ligados ao raciocínio e consequente criatividade envolvendo o assunto.
“Oriento os facilitadores que é necessário controlar o ritmo dos alunos para evitar que eles comecem a jogar rápido demais e percam a oportunidade de reflexão. A verdade é que o resultado no placar pode ser importante para os alunos, mas é irrelevante para o projeto, já que o erro também é fonte de aprendizado”, explicou Renato Berlim. Segundo ele, cada sessão do jogo é única. “Algumas mesas costumam ser mais cooperativas, outras mais competitivas. Há ainda a situação de mudança de comportamento ao longo do jogo, quando a degradação exerce impacto sobre a percepção dos jogadores, que mudam de uma postura individualista para uma postura cooperativa e pró-ambiental. É uma análise muito interessante de ser feita”, contou.
O jogo – o jogo “Desafio no Cerrado” se dá na Fazenda Cerradão, comprada por um grande fazendeiro e que tem como desafio conhecer o interior de sua nova propriedade. Para definir quem será o novo responsável por administrá-la, o fazendeiro propõe um desafio para seus capatazes e agrônomos: os concorrentes devem entrar na nova fazenda e mapear as áreas de cerrado, as matas e os campos, enfrentar fogo, chuvas e o estrago provocado pelos antigos donos da propriedade. Liderando uma equipe de peões que vão ajudar a mapear e ocupar o terreno, apenas o concorrente que for capaz de entender o Cerrado e usar a região sabiamente será o novo administrador da Fazenda Cerradão.
Juliana Caldas (MTb 4861/DF)
Embrapa Cerrados
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