Algo está errado no córrego...
– Vocês perceberam que algo está diferente hoje? – comentou Arthur – A água ainda está ótima, mas o córrego parece não estar no seu melhor dia, não é? Eu me lembrava dele mais cheio de "vida". – continuou Arthur, sem levantar os olhos da areia. Eu me lembro de encontrar, antes, muito mais tipos de insetos; como aqueles que parecem flutuar, alguns que andam em cima da água, outros com folhas presas nas costas, como esse aqui ó. Agora, eu mal os vejo. Surgiram foram mais desses vermes vermelhos, que parecem minhocas.
– Engraçado, eu tive a mesma impressão de algo estar errado, mas nem pensei nesses detalhes. Você gosta mesmo dos bichinhos, não? – disse Amai, procurando o "algo" errado que ela também não sabia definir.
– Ah! Gosto de imaginar histórias com eles. Fico pensando como seria a vida deles se vivessem numa grande cidade de insetos. Olha só esse aqui, não parece um caminhãozinho? Aí eu começo a perceber que cada um é de um jeito. Mesmo que sejam parecidos, há sempre algo de diferente em cada um: uns voam, outros nadam muito bem, alguns começam nadando e passam depois a voar... Eu acho tudo muito interessante – comentou Arthur, sem tirar os olhos dos insetos.
– Pode ser. Eu mesma adoro botar besouros para brigarem, e acho que as baratas-d'água dariam excelentes ETs de filme – disse Amai. E continuou: – Pessoal, daqui a pouco vai escurecer e a gente tem de voltar. Se perdermos a hora, tropeçaremos em pedras até chegarmos em casa. Vamos brincar agora e depois a gente pensa nisso. – falou Amai, já mergulhando novamente no córrego.
Com o fim de tarde chegando, os amigos saíram do córrego. Arthur, porém, continuava encucado com o sumiço dos insetos. Enquanto Amai e Estela achavam que isso era apenas a imaginação dele. De qualquer forma, o mistério do córrego ficou "cricrilando" na cabecinha dos três amigos, e, agora, algo eles tinham de fazer para poder espantar de lá esse "grilinho insistente".
E você, amiguinho, o que faria?
