Plantas Daninhas: velhas conhecidas, novos desafios
Plantas Daninhas: velhas conhecidas, novos desafios
O difícil controle de plantas daninhas na lavoura é um problema bem conhecido pelo produtor, mas a resistência a diferentes herbicidas tem implicado em novos desafios, especialmente na produção de grãos. O assunto é foco do II Encontro Nacional sobre Resistência de Plantas Daninhas a Herbicidas, que acontece no dia 15/05, no Centro de Eventos da Universidade de Passo Fundo.
Os primeiros casos de plantas daninhas resistentes a herbicidas surgiram há mais de 10 anos no Brasil, com resistência de azevém (em 2003) e de buva (em 2005) ao glifosato. Enquanto produtor e pesquisa aprimoravam os mecanismos de manejo para conter a resistência, entre eles a não repetição do mesmo herbicida, o problema evoluiu para casos de resistência múltipla, ou seja, a mesma invasora tornou-se resistente a dois herbicidas diferentes. Assim, em 2010 e 2011, foram identificados biótipos de azevém com resistência múltipla, tanto ao glifosato como a herbicidas inibidores da enzima Acetyl-CoA Carboxylase (ACCase) e inibidores da Acetolactato sintase (ALS). As resistências do azevém e da buva restringem o controle dessas espécies ao uso de herbicidas alternativos, que são menos eficientes, possuem maior custo e são fitotóxicos para as culturas. Dessa forma, o controle ineficiente de buva e azevém resistentes tem resultado em perdas de rendimento, em casos extremos, superiores a 45%.
Somente no Rio Grande do Sul, conforme estudo realizado na safra de soja 2012/2013, biótipos de azevém e de buva resistentes ao glifosato estavam presentes em mais de 80% das lavouras, resultando em custos adicionais e perdas no rendimento de grãos estimados em R$ 1,15 bilhão.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, Leandro Vargas, os casos de resistência historicamente foram resolvidos com uso de moléculas alternativas ou com a introdução de novas tecnologias. Além dos transgênicos, novos produtos têm sido utilizados no controle de plantas daninhas, como os herbicidas hormonais, que imitam hormônios específicos de crescimento da planta e quando aplicados afetam o metabolismo da invasora que acaba morrendo. "São novas alternativas que vão servir de opção ao produtor, mas nenhuma delas resolve todos os problemas sozinha, vamos continuar dependendo de mais de uma tecnologia", afirma Vargas.
O II Encontro Nacional sobre Resistência de Plantas Daninhas a Herbicidas vai contar com a participação de especialistas da Argentina (INTA) e de diversas regiões do país. Além de estratégias para a resistência múltipla, serão apresentados temas como tecnologia de aplicação de herbicidas, manejo de plantas tigueras e novas tecnologias (OGMs, 2,4-D, Dicamba, Cultivance, Liberty). A promoção é da Revista Plantio Direto, Comitê Brasileiro de Resistência de Plantas Daninhas (HRAC) e Embrapa Trigo. Informações telefone 54-3311-1235 e revista@plantiodireto.com.br.
Serviço:
II Encontro Nacional sobre Resistência de Plantas Daninhas a Herbicidas
15 de maio de 2014
Centro de Eventos da Universidade de Passo Fundo
Informações: 54-3311-1235 e revista@plantiodireto.com.br
Programação: www.cnpt.embrapa.br/eventos
Joseani M. Antunes (9693 MTb/RS)
Embrapa Trigo
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