24/09/08 |

Projeto de quintais produtivos na comunidade quilombola Lagoa dos Índios

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Um projeto da Embrapa Amapá, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), incentiva as famílias da comunidade quilombola Lagoa dos Índios (Macapá) na criação e manutenção de quintais produtivos.

A área que servirá como vitrine para os moradores é o quintal da Escola Estadual Lagoa dos Índios, onde já foram plantadas mudas e sementes selecionadas de cupuaçu, bananeira, acerola, muruci, jambo, limão, melancia, goiaba e abóbora.

"A escolha destas espécies é da própria comunidade e têm a vantagem de serem selecionadas pela Embrapa, são de boa produtividade", explicou o agrônomo Edyr Marinho Batista, coordenador do projeto "Validação de Tecnologias Agroflorestais em Apoio à Segurança Alimentar de Famílias Quilombolas do Estado do Amapá".

Inicialmente, os técnicos da Embrapa se articularam com a direção e professores da escola e com a associação dos moradores. A fase seguinte foi orientar a comunidade nas técnicas corretas de limpeza, de plantio, de irrigação e manutenção do quintal produtivo da escola. O projeto, com prazo previsto de três anos para ser concluído, visa fazer uso dos quintais das famílias para o plantio de espécies frutíferas e medicinais.

A manhã do último sábado, 20, foi marcada por mais uma atividade do projeto envolvendo a comunidade, através de um Dia de Campo onde os moradores participaram das etapas de instalação e manutenção do sistema de irrigação, preparo da cova e plantio de frutíferas, adubação e manejo de frutíferas, limpeza e manutenção dos quintais.

É desta forma, repassando técnicas de práticas agrícolas de baixo custo, que a Embrapa Amapá quer contribuir para reduzir a vulnerabilidade de segurança alimentar na Lagoa dos Índios. Edyr Batista acrescenta que a produção será usada prioritariamente no consumo direto da família, contudo, o excedente poderá atender outras necessidades, por meio da comercialização no mercado.

Esta comunidade quilombola foi escolhida para ser beneficiada pelo projeto em função da aproximação que um grupo de técnicos da Embrapa manteve com os moradores, ao integrar o Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida (COEP), que inclui organizações públicas e privadas, constituindo uma grande rede de mobilização social, que incentiva iniciativas de promoção do desenvolvimento humano e social.

"A Embrapa Amapá se fez presente, porém com ações tímidas na comunidade Lagoa dos Índios, restringindas pela falta de recursos financeiros para atividades mais efetivas", afirmou Edyr Batista.

A aprovação do projeto trouxe a perspectiva concreta de recursos que permitirão cumprir metas como a implantação de nove unidades de validação de quintais agroflorestais, a capacitação de pelo menos 15 famílias em tecnologias agroflorestais para a agricultura familiar e a capacitação de 25 multiplicadores/monitores para atuarem em comunidades quilombolas.

Os quintais agroflorestais são sistemas de manejo tradicionais que se apresentaram como um sistema sustentável ao longo dos anos, pois oferecem uma série de produtos, diminuindo os gastos da família para obtê-los fora da propriedade, além da possibilidade de geração de excedentes comercializáveis.

Entre os resultados esperados pela empresa de pesquisa estão o aumento em 50% da área destinada aos quintais agroflorestais na comunidade, promover em três anos a adoção dos quintais em Lagos dos Índios para, no mínimo, 20% da comunidade e treinar multiplicadores em sistemas agroflorestais capazes de reproduzir a experiência do projeto em outras comunidades quilombolas do Amapá.

Dulcivânia Freitas Jornalista (DRT/PB 1.063) Contatos: (96) 4009-9511 / 9902-9959dulcivania@cpafap.embrapa.br

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