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Embrapa discute parcerias para etanol de 2ª geração em Alagoas

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Photo: Saulo Coelho

Saulo Coelho -

Conhecer de perto as instalações do que promete ser um importante polo de produção de etanol de segunda geração (2G) no Nordeste, além de discutir parcerias de cooperação técnica que contribuam para o fortalecimento do setor. Este foi o objetivo da visita do chefe-geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), Manoel Moacir Macedo, à GranBio/Biovertis, estabelecida em São Miguel dos Campos, Alagoas, na quarta-feira (7).

Acompanhado pelo chefe de Pesquisa da Unidade da Embrapa, Marcelo Fernandes, e por pesquisadores que atuam na Unidade de Execução de Pesquisa (UEP) de Rio Largo, além do seu coordenador, Paulo de Albuquerque, Moacir foi recebido pelo diretor agrícola da GranBio, José Bressiani, além do gerente da unidade local, Hugo Soriano.

O objetivo da visita foi conhecer a estrutura e as atividades da unidade, além de ouvir demandas e articular ações de pesquisa em cooperação com a GranBio, organização de raízes paulistas, estabelecida há cerca de dois anos, que pretende investir aproximadamente R$ 4 bilhões até 2020 em produção de biomassa para biocombustíveis e bioquímicos.

Na unidade de produção de biomassa às margens da rodovia que liga Maceió à BR 101, a comitiva da Embrapa assistiu à apresentação do diretor da GranBio. Bressiani mostrou os planos de negócio e investimentos e detalhes da atuação da empresa, que mantém no local toda a infraestrutura para o desenvolvimento de variedades de cana-energia para produção de etanol. "Pretendemos desenvolver aqui variedades da cana-energia – mais rústica, resistente a seca, com maior teor de fibra e menos açúcar – adaptadas à região", afirmou.

Para Bressiani, a solução mais promissora para o setor sucroalcooleiro está no etanol de 2ª geração. "Está ficando mais barato e eficiente, e não vai fazer mais sentido produzir álcool a partir do caldo da cana, que é nobre e rico em açúcar. Além disso, com uso da palha se pode aumentar a produção em até 45% sem aumento de área plantada e sem competição com alimentos. Há, ainda, cerca de 32 milhões de hectares de pastagens degradas que podem ser recuperados e plantados", defendeu.

Além de contar com linhas de financiamento do BNDES e BNB, a GranBio mantém parcerias com a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa) e o Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Projetos
Os pesquisadores da Embrapa apresentaram diversos projetos de pesquisa conduzidos na UEP de Rio Largo com foco na cana. Entre os temas pesquisados estão o uso da palha, manejo do solo, conservação do pólen, melhoramento genético, pragas e doenças, inseticidas nanoestruturados e semioquímicos, e uso de sorgo e capim-elefante como alternativas de biomassa.

Entre as possibilidades de atuação em parceria estão a cessão de áreas experimentais para ensaios de pesquisa com cana-energia, emprego de assistentes de campo para apoio na condução dos experimentos e a avaliação de pragas nas áreas experimentais já plantadas pela GranBio.

A atuação conjunta deverá ter foco nos estudos do uso da palha no sistema de produção, viabilidade do sorgo e capim-elefante como alternativas de biomassa e processos específicos de transgenia para desenvolvimento de cultivares.

Após as apresentações os dirigentes da GranBio e da Embrapa, todos seguiram para uma visita à unidade de biomassa, onde a empresa mantém um banco de germoplasma com centenas de acessos a variedades de cana-energia para melhoramento genético por meio de cruzamentos. Em seguida os visitantes foram conhecer a planta industrial de etanol 2G que está sendo finalizada em área anexa à usina Caeté, ao lado da sede do município de São Miguel. A unidade terá capacidade de produção de 82 milhões de litros, e será a primeira do hemisfério sul e sexta do mundo. Segundo Bressiani, com a instalação de outras plantas nos próximos anos, a GranBio pretende atingir a marca de 1 bilhão de litros até 2020.

Para Macedo, a visita foi muito oportuna, e uma parceria com a GranBio e se mostra bastante promissora. "As pesquisas com cana e agroenergia compõem um dos portfólios estratégicos da Embrapa, e nossa atuação no Nordeste está se fortalecendo por meio de nossa UEP em Rio Largo, que conta com 14 doutores especializados na cultura. Parcerias dessa natureza, com atores do setor produtivo, além de instituições científicas e associativas, podem ajudar e muito a alavancar o setor na região", declarou.

Saulo Coelho (MTB/SE 1065)
Embrapa Tabuleiros Costeiros

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