05/04/17 |   Food security, nutrition and health  Water Resource Management

Documento disponibiliza características e recomendações para prevenção de parasitoses em peixes redondos

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Photo: Arlene S. Ventura.

Arlene S. Ventura. - Coleta de muco

Coleta de muco

Resultados de pesquisas desenvolvidos pelo Grupo de Sanidade Aquícola da Embrapa apontam a importância do monitoramento e controle das parasitoses na produção de peixes redondos. Em algumas regiões do Brasil, estes peixes são produzidos em larga escala e apresentam boa aceitação no mercado, por isso, o trabalho descrito neste documento foi elaborado e desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa para atender uma demanda levantada pelos piscicultores.

Esta publicação da Série Documentos 106 apresenta informações sobre as principais doenças que acometem os peixes redondos (pacu, patinga e tambacu) na região da grande Dourados, MS. “A equipe executora foi constituída por pesquisadores de oito Unidades da Embrapa, além de alunos, professores e pesquisadores de instituições parceiras que fazem parte do Grupo de Sanidade Aquícola da Embrapa”, explica o chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), Marcelo Morandi.

Em virtude da intensificação de produção de peixes redondos na região e dos sistemas de cultivos desta região, questões sanitárias, inevitavelmente, emergiram devido a problemas na qualidade de água, carência de informações técnicas e manejo inadequado dos peixes, tornando-os mais propensos a infestações e infecções por patógenos.

Com isso, informa a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e uma das autoras, Márcia Ishikawa, "surgiu a necessidade de maiores investimentos na pesquisa sobre os patógenos que acometem os peixes redondos. Ou seja, atualizar estudos de diagnóstico dessas doenças, analisar o manejo adotado nas pisciculturas e suas características, elaborar recomendações para prevenção de doenças e contribuir com orientações técnicas e práticas para produção de peixes redondos com qualidade e segurança".

De forma geral, todos os protozoários são transmitidos com grande facilidade de um peixe infectado para outro, bem como pela água e/ou utensílios usados na piscicultura. Assim, para combater esses parasitos ou mantê-los em baixo nível de intensidade recomenda-se a manutenção da densidade populacional adequada para cada idade e sistema de cultivo, monitoramento da qualidade da água,  alimentação adequada e cuidados no manejo para reduzir o estresse do animal, entre outras técnicas abordadas com detalhes na publicação.

Na rotina da piscicultura o monitoramento sanitário e o diagnóstico rápido a campo são importantes para as ações emergenciais e devem sser priorizadas as medidas para controle e prevenção de doenças. O tratamento, quando necessário, deve ser precedido de um diagnóstico e acompanhado por um técnico capacitado. "Portanto, sabe-se que há poucos quimioterápicos permitidos pela legislação brasileira para tratamento em piscicultura, além disto, muitos produtos químicos são utilizados de forma desordenada, o que pode favorecer a resistência dos patógenos a estes medicamentos, e ainda implicar em riscos ambientais e econômicos", explica Márcia.

Observou-se que os peixes híbridos apresentaram maior diversidade de parasitos, sugerindo maior sensibilidade destes em relação ao pacu. Essas observações devem ser consideradas pelo piscicultor ao escolher a espécie a ser produzida. A escolha da espécie precisa ser realizada considerando o ambiente, a biologia, o mercado, o desempenho e também a sua resistência ou sensibilidade aos agentes patogênicos. O manejo sanitário é essencial e deve ser prioridade em toda piscicultura. Ou seja, é importante monitorar a qualidade da água, a saúde dos peixes e o manejo da propriedade.

O planejamento de uma piscicultura deve ser elaborado considerando o histórico e os estudos existentes na região, e atualizado a cada novo ciclo de produção. Devem ser realizados com frequência estudos sobre ocorrência de doenças nas principais espécies produzidas em cada região, a fim de auxiliar os piscicultores no seu planejamento no início de cada ciclo produtivo.

São autores Márcia Mayumi Ishikawa, Gabriela Tomas Jerônimo, Arlene Sobrinho Ventura, Nathalia Lopez Pereira, Tarcila Souza de Castro Silva, Ricardo Basso Zanon, Rodrigo Yudi Fujimoto, Edsandra Campos Chagas, Patricia Oliveira Maciel, Magda Vieira Benavides e Maurício Laterça Martins.

Documentos 106 está disponível aqui.
 

Cristina Tordin (MTb/SP 28.499)
Embrapa Meio Ambiente

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