O estímulo à produtividade nos Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária
09/05/15
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O estímulo à produtividade nos Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária
Em uma fazenda que une a plantação de soja, milho e capim com a criação de bovinos, Nédson Rodrigues afirma abater animais com, no máximo, 24 meses. "O milho é usado no confinamento. Colhe-se a soja e planta-se o capim (Brachiaria ruziziensis e Tanzânia ou Mombaça) para ser utilizado no período da seca como pastagem para os animais", diz o pecuarista. "Por você ter pastagens de excelente qualidade – principalmente, no momento mais difícil do ano, que é a seca – você adianta muito o abate. A gente chega a diminuir de seis meses a um ano o tempo necessário para isso e os animais terminam com um peso superior". A experiência do produtor foi dividida com os participantes do 2º Fórum da Nova Pecuária do MS, promovido pela Embrapa Pantanal e Acrissul.
A economia financeira promovida pelo menor tempo necessário para o abate de bovinos é apenas uma das diversas vantagens dos Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (SILP). Para o pesquisador Luís Zago Machado, da Embrapa Agropecuária Oeste, a lavoura alavanca a produção. "Embora seja um valor bastante variável, o custo da reforma de pastagem costuma ficar entre R$ 1.500 e R$ 2.000. É uma economia que se pode ter nos sistemas de integração", diz Luís. "Eles permitem amortizar muitos custos que, para a pecuária, ficariam difíceis. Através da lavoura, pode-se ter pastagens reformadas, pastagens para a safrinha (entressafra da lavoura de soja, que é uma época de culturas menos lucrativas, como o milho safrinha, e que, para a pecuária de corte, é um período que falta pasto). Então, é um casamento perfeito", diz.
Segundo o pesquisador, a Integração Lavoura-Pecuária também oferece outros benefícios, como maior estabilidade financeira (promovida pela diversificação de atividades) e menos pragas, ervas daninhas e doenças nas lavouras por causa da rotatividade de culturas. Para investir no SILP, Luís conta que existem diversos financiamentos disponíveis ao produtor. Outra alternativa é firmar parcerias entre agricultores e pecuaristas. "Se o pecuarista não quiser mexer com lavoura, não tiver conhecimento ou capital, pode arrendar a área para o agricultor", afirma Luís. Para Nédson, o trabalho necessário para implantar a integração na fazenda foi pago com os lucros do sistema. "A agricultura precisa do boi, assim como o boi precisa da agricultura. Então, a rentabilidade por hectare dentro do sistema todo aumenta bastante. Você chega a dobrar esse valor juntando essas atividades".
Nicoli Dichoff (MTb 3252/SC)
Embrapa Pantanal
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