05/02/18 |   Technology Transfer

Embrapa Mandioca e Fruticultura leva seis tecnologias para o Show Rural Coopavel

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Photo: Marco Rangel

Marco Rangel - A BRS 396 é uma das variedades de mandioca de mesa expostas no evento.

A BRS 396 é uma das variedades de mandioca de mesa expostas no evento.

A Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vai apresentar seis tecnologias em seu estande no Show Rural Coopavel 2018, que vai acontecer de 5 a 9 de fevereiro, em Cascavel (PR). Além disso, foram instalados experimentos com mandioca na quadra demonstrativa do evento, que tem como principal objetivo a difusão de tecnologias voltadas ao aumento de produtividade de pequenas, médias e grandes propriedades rurais. A equipe da Unidade é formada pelos pesquisadores Rudiney Ringenberg e Marcelo Romano, que atuam no campo avançado da Embrapa Mandioca e Fruticultura no Centro-Sul do País, e pela analista Cinara Morales.

As tecnologias que serão expostas no estande são:

Chips de mandioca – A mandioca de mesa, também conhecida como mandioca mansa, mandioca doce, aipim ou macaxeira, é um alimento que apresenta alto valor energético e grande aceitação pela população brasileira. Apesar de todo o potencial alimentício, em condições de temperatura ambiente e umidade elevadas, a mandioca se deteriora mais rapidamente do que outras hortaliças de raiz. Portanto, o seu aproveitamento depende do emprego de tecnologias apropriadas de conservação. Uma possibilidade de agregar valor e incentivar o cultivo da mandioca é a produção de salgadinhos fritos do tipo chips, visto ser uma tecnologia simples e um produto de mercado crescente. 

BRS Rubra Cara (laranja) – O mais recente lançamento de citros da Embrapa (2017) é a laranja BRS Rubra Cara. Apropriada para cultivo em parques e jardins em função do porte pequeno, seu caráter inovador é a dupla aptidão. Ou seja, tanto serve como ornamental como pode ser consumida in natura. É adaptada para climas tropicais e subtropicais. Quando utilizada em vasos, apresenta crescimento lento e porte pequeno. Já quando fixada diretamente no solo, atinge porte um pouco maior. As folhas são sua principal característica. A coloração verde-variegada chama a atenção, e elas não caem, desse modo não é preciso realizar limpeza constante. Isso facilita sua utilização em projetos de paisagismo, o que a torna um produto diferenciado e atraente no segmento de plantas ornamentais.

O fruto da BRS Rubra Cara é de tamanho médio a grande, não possui sementes, o sabor é doce e sua polpa é vermelha, rica em licopeno — tipo de carotenoide, pigmento naturalmente vermelho que dá cor ao tomate e a outros frutos, protetor potencial contra tipos de câncer e doenças cardiovasculares.

A nova laranja-de-umbigo é oriunda do Programa de Melhoramento Genético de Citros e foi lançada em uma parceria entre a Embrapa Mandioca e Fruticultura e a Embrapa Clima Temperado (RS), além da Embrapa Produtos e Mercado (Escritório de Campinas, SP) e da Prefeitura de Montenegro, município onde houve o lançamento.

BRS SCS Belluna (banana) – No fim de 2016, a Embrapa, em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), lançou a primeira variedade de banana para processamento do País, sendo também indicada para o consumo in natura.  Os frutos da BRS SCS Belluna, por apresentarem maior teor de fibras e amido resistente, têm grande potencial para uso em processamento, em especial para a produção de farinha e banana passa, o que permite agregar valor à produção nas propriedades rurais. A principal característica dessa nova variedade são os aspectos associados com a promoção de saúde. É uma bananeira naturalmente biofortificada, uma vez que é rica em fibras e apresenta menor conteúdo de carboidratos e valor calórico que as cultivares comerciais. Possui quatro vezes mais amido resistente que a cultivar Grande Naine e duas vezes mais que a Prata-Anã, principais cultivares em uso pelos agricultores brasileiros. 

BRS CS01 (mandioca para indústria) – Para atender à elevada demanda do setor produtivo por novos materiais com alta produtividade, elevado teor de amido (carboidrato utilizado em indústrias alimentícias, de mineração, exploração de petróleo etc.) e resistência às principais doenças, a Embrapa desenvolveu sua primeira variedade de mandioca para a indústria. A BRS CS01 — recomendada para os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul — apresentou, no segundo ciclo (colheita aos 18 meses), produtividade até 93% superior às variedades hoje plantadas nesses estados.

A demanda do setor produtivo do Centro-Sul por novas variedades é grande. Nessa região, estão concentradas as indústrias, responsáveis por cerca de 80% da produção brasileira de fécula de mandioca, mas a produção de raízes baseia-se em poucas cultivares, plantadas em grandes áreas. Em consequência disso, têm surgido vários problemas, associados principalmente a pragas e doenças, que diminuem a produtividade, prejudicando o rendimento das indústrias e reduzindo o lucro dos agricultores.

Os cruzamentos foram feitos na Embrapa Mandioca e Fruticultura, e as plantas provenientes das sementes obtidas nesses cruzamentos foram levadas para avaliação na Embrapa Agropecuária Oeste (MS) e áreas de parceiros. Os jardins clonais de plantas básicas foram instalados na Embrapa Produtos e Mercado (Escritório de Dourados, MS). 

BRS 396 e BRS 399 (mandiocas de mesa) - As BRS 396 e BRS 399 são variedades de mandioca que apresentam elevado potencial produtivo, precocidade (colheita a partir dos sete meses após o plantio), polpa das raízes de coloração amarela, reduzido tempo para cozimento, boas qualidades culinárias, arquitetura pouco ramificada, favorável aos tratos culturais e facilidade de colheita (raízes mais horizontais, que favorecem o arranquio). A BRS 396 apresenta moderada resistência à bacteriose e resistência ao superalongamento, enquanto a BRS 399 é resistente aos dois problemas. Essas são as primeiras cultivares de mandioca recomendadas pela Embrapa para esse importante polo produtor do Brasil (Paraná e Mato Grosso do Sul). Em relação à BRS 396, obteve-se produtividade 40% superior à cultivar-padrão, bastante difundida na região, enquanto para a BRS 399, a produtividade foi, em média, 73,6% superior à cultivar-padrão. 

Por meio de trabalho em parceria com a Embrapa Agropecuária Oeste e a Embrapa Produtos e Mercado (Escritório de Dourados, MS), a Embrapa Mandioca e Fruticultura  introduziu em 2010, nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, uma coleção de híbridos obtida pela Embrapa Cerrados. Esses dois híbridos destacaram-se entre os clones avaliados.

Alessandra Vale (Mtb-RJ 21.215)
Embrapa Mandioca e Fruticultura

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