A sala de aula tinha cerca de 45 estudantes quando a supervisora do Setor de Gestão de Transferência de Tecnologia, Karla Guedes, começou a palestra sobre a trajetória e a atuação da Embrapa e sua unidade pantaneira de pesquisa. Os jovens alunos foram aprovados recentemente no curso de Ciências Biológicas na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus do Pantanal, e tiveram – pela primeira vez, para alguns – contato com o papel da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária perante o país. “Como eles tinham uma visão de que a Embrapa é uma empresa de pesquisa agropecuária, não tinham muito conhecimento sobre o aspecto ecorregional de algumas unidades, essa área mais voltada à sustentabilidade, meio ambiente, fauna e flora silvestre. Eles ficaram bem curiosos e surpresos com esse outro viés da empresa”, diz a supervisora. “Expliquei que a ecorregional tem a função de trabalhar a agricultura e pecuária de forma inserida no meio ambiente, visando principalmente a sustentabilidade”. A unidade de pesquisa no Pantanal foi criada em 1975 com o objetivo de apoiar o desenvolvimento da pecuária extensiva, afirma Karla, mas foi transformada em uma unidade ecorregional em 1984 em função da grande importância da questão ambiental para a região. De acordo com a supervisora, a palestra abordou também temas como a estrutura da Embrapa Pantanal, seus laboratórios, campo experimental e possibilidades de bolsa ou estágio para os estudantes. “Expliquei como eles ficam sabendo das vagas – é preciso conversar com os pesquisadores. Em relação a estágio, recebemos somente estágio curricular. Também conversamos sobre a bolsa PIBIC para estudante cientista do CNPq, aberta uma vez por ano. Eles podem falar com os pesquisadores, se inscrever e fazer a prova. A gente precisa que os estudantes estejam, no mínimo, no segundo ano do curso”. Ações simples como uma palestra a respeito do papel da Embrapa e suas unidades de pesquisa podem representar o começo de uma carreira para estudantes como os do curso de Ciências Biológicas na UFMS. “Quando terminei a apresentação, um dos calouros veio me agradecer pela palestra porque ele tinha vindo de São Paulo para fazer o curso aqui e ainda estava um pouco perdido, sem saber o que fazer. A partir da palestra, citando palavras dele, ele tinha descoberto o que queria e disse que, assim que entrar no segundo ano, vai dar um jeito de entrar aqui na Embrapa porque ele gostou muito”, finaliza.