27/02/19 |   Technology Transfer

Cidadania e agricultura urbana unem Embrapa e Emaús em Belém (PA)

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Photo: Vinicius Braga

Vinicius Braga - Técnicos da Embrapa e arte-educadores do Emaús apresentaram o projeto aos adolescentes.

Técnicos da Embrapa e arte-educadores do Emaús apresentaram o projeto aos adolescentes.

Palhaços e arte-educadores do Movimento República de Emaús , junto a parte do corpo técnico da Embrapa Amazônia Oriental se uniram em duas apresentações, nesta terça-feira (26), para a aula inaugural do projeto “Transferência de tecnologias e estratégias didático-pedagógicas para formação cidadã e educação ambiental”.  A primeira parceria entre as duas instituições, uma referência em agropecuária e a outra, com várias décadas em educação e cidadania no Pará, pretende promover a inclusão social e produtiva dos jovens atendidos pelo projeto e suas famílias, com a produção de hortas, alimentação saudável e a arborização da sede e da comunidade do entorno.

Durante um período de cinco anos, técnicos da Embrapa e a equipe do Emaús promoverão entre os jovens e seus familiares cursos de qualificação profissional em atividades vinculadas à agricultura e silvicultura urbana e periurbana, como as hortas, plantio de espécies frutíferas, arbóreas e florestais, o consumo de alimentos saudáveis, além de ações de arborização urbana, que favorecerão o conforto térmico e bem estar no entorno da sede do Movimento de Emaús.

O Emaús está localizado em uma área total de 7 mil metros quadrados, no bairro do Bengui, um dos mais populosos e carentes da capital paraense. Atualmente atende cerca de 700 crianças e adolescentes, entre os cursos de arte-educação e profissionalizantes.

Cleice Maciel, coordenadora da Emaús, comentou que a expectativa do projeto é capacitar parte desses jovens e seus familiares, na perspectiva não só de geração de emprego e renda, mas de segurança alimentar, oferecendo alimentos saudáveis cultivados no local.

Para Mazillene Borges, analista da Embrapa Amazônia Oriental, o projeto é uma oportunidade de unir dois saberes distintos para promover a cidadania e inclusão social, com geração de emprego e renda, mas também auxiliar na sustentabilidade da instituição social, utilizando os alimentos produzidos para a alimentação dos jovens e ainda a venda do excedente.

Junto as técnicas de horticultura, o projeto vai instalar composteiras e estufas para o cultivo de mudas de hortaliças e espécies arbóreas, unindo diversos projetos e setores da Embrapa, como o Laboratório de Sementes, o Núcleo de Responsabilidade Sócio-ambiental (Nures) e o programa Embrapa&Escola.

Conhecer para preservar e produzir

A aula inaugural foi um momento de aproximação das intuições parcerias no projeto e de apresentação dessa nova atividade, a produção de alimentos em ambiente urbano, aos adolescentes do projeto.  Tamires Eduarda Ferreira, de 12 anos, aluna do curso de percussão, era uma das mais entusiasmadas em conhecer as novidades. Ela comentou que estava curiosa em saber o que eram aquelas casinhas (estufas) feitas de redinhas do lado de fora e se disse não ver a hora de ajudar a produzir e consumir as verduras e frutas do projeto. “Será bom para a nossa saúde e para o meio ambiente”, afirmou a menina.

A apresentação do projeto culminou com o plantio de duas espécies praticamente desconhecidas do público presente, um arbusto, o Patchouli, do qual suas raízes são utilizadas em perfumes e no tradicional “Cheiro do Pará”, e uma taioba, uma planta alimentícia não convencional (Panc). A pesquisadora da Embrapa Noemi Vianna Leão, que também integra o projeto, explicou que a escolha dessas duas espécies serviu para atiçar a curiosidade dos adolescentes e mostrar a diversidade de flora, nativa ou cultivada, que pode ser revertida em renda ao público beneficiado.

Ela lembrou ainda que um dos objetivos do projeto é a educação ambiental e a arborização da sede e da comunidade do entorno. Além de espécies de valor econômico como as frutíferas, Noemi Vianna explicou que serão plantados vegetais que remetam à cultura amazônica, como as cuieiras, de onde são extraídas as cabaças posteriormente transformadas nas cuias de tacacá, o guaraná, a seringueira, entre outras.

O projeto Transferência de tecnologias e estratégias didático-pedagógicas para formação cidadã e educação ambiental terá duração de cinco anos e foi viabilizado por meio de recursos advindos de emenda parlamentar proposta pelo senador Paulo Rocha. Conta ainda com um conselho consultivo formado por Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Instituto Federal do Pará (IFPA) e Emater.

Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

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