Região de Concórdia conhece os benefícios da fossa séptica biodigestora para o saneamento rural
Região de Concórdia conhece os benefícios da fossa séptica biodigestora para o saneamento rural
Cerca de 60 técnicos, extensionistas, professores e secretários de agricultura de municípios da região da Amauc (Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense) participaram nesta terça e quarta-feira (9 e 10/4) do curso de saneamento básico rural na Embrapa Suínos e Aves em Concórdia-SC, conduzido pelo pesquisador Wilson Tadeu Lopes da Silva e pelo analista Carlos Renato Marmo, da Embrapa Instrumentação, de São Carlos-SP.
Na terça-feira, durante a parte teórica, foi apresentada a realidade sobre o saneamento básico no Brasil. Segundo dados do IBGE, 31 milhões de pessoas moram na área rural e comunidades isoladas, com cerca de 24 milhões sem acesso a serviços adequados de saneamento básico. Ainda mais grave, quase 5 milhões destes brasileiros não têm banheiro em casa, ou seja, defecam ao ar livre.
Depois, foram discutidos conceitos do tratamento do esgoto, da construção, funcionamento e uso do efluente da fossa séptica biodigestora, e dos funcionamentos do Jardim Filtrante e do clorador Embrapa.
Na quarta-feira à tarde, os participantes do curso foram até a propriedade do produtor Ivo Munaretto, em Linha Aparecida, no interior de Concórdia, acompanhar a instalação de uma unidade da fossa séptica biodigestora, com o apoio do técnico Luiz Aparecido de Godoy.
Durante a parte prática foi visto como a fossa séptica biodigestor pode tratar o esgoto sanitário (fezes e urina) de uma residência rural onde moram até cinco pessoas de uma maneira simples e com baixo custo de instalação produzindo em torno de 90 litros de biofertilizante por dia.
As recomendações para a instalação dessa fossa é ter água na propriedade, ter banheiro com vaso sanitário e água encanada, que a propriedade seja de uso permanente (não pode ser chácara de final de semana ou veraneio), que não seja em área alagada, que tenha esterco bovino nas proximidades (para ajudar no processo da biodigestão) e que tenha área para aplicação do efluente como biofertilizante em um pomar, pasto, etc.
O assistente técnico da Emater-RS, Henrique Bartels, diz que ele, e os outros cinco extensionistas que vieram do Rio Grande do Sul para o curso, vão replicar a tecnologia da fossa séptica biodigestora desenvolvida pela Embrapa para os agricultores gaúchos “por ser uma alternativa de fácil instalação e manutenção e com ótimos ganhos”.
Marcos Munaretto, filho do seu Ivo, onde foi instalada a unidade demonstrativa, diz que a fossa séptica biodigestora “vai trazer um monte de benefício, principalmente porque a gente tinha um sumidouro e, querendo ou não, aquela água acabava infiltrando o solo. Sem contar a manutenção, que vimos que é muito simples, uma vez por mês e que toma poucos minutos de trabalho.” O curso em Concórdia ainda teve a parceria da Emater do Rio Grande do Sul, do Comitê do Rio Jacutinga, do Consórcio Lambari e da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina).
O curso - Coordenado pela Embrapa Instrumentação, de São Carlos-SP, o curso de saneamento básico rural iniciou em agosto de 2018 e é realizado por meio de um convênio com a Fundação Banco do Brasil. Serão seis capacitações de agentes multiplicadores nas cinco regiões do País. Seis fossas sépticas biodigestoras estão sendo instaladas como unidades demonstrativas e como referências regionais.
As próximas edições acontecem em junho, em Crato-CE, com a parceria da Embrapa Agroindústria Tropical e Embrapa Algodão; e em Boa Vista-RR, em outubro, com a Embrapa Roraima.
Saiba mais - A Embrapa tem uma página especial em seu Portal na internet sobre o tema. Acesse www.embrapa.br/tema-saneamento-basico-rural.
Lucas Scherer Cardoso (MTb/RS 10.158)
Embrapa Suínos e Aves
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