Quilombolas conhecem lavoura de orgânicos e biofortificados em SE
Quilombolas conhecem lavoura de orgânicos e biofortificados em SE
Um grupo de agricultores e agricultoras familiares e marisqueiras da comunidade quilombola da Mussuca, em Laranjeiras, na Grande Aracaju (SE), visitou, na quarta (21), a propriedade do agricultor familiar José Adelson Fonseca, em Campo do Brito, no Agreste Central Sergipano.
O objetivo da visita foi compartilhar práticas e saberes sobre produção de alimentos saudáveis e o uso de cultivares biofortificadas em seus sistemas de produção de base ecológica.
Fonseca é parceiro da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) na execução de pesquisas para o desenvolvimento de sistemas de produção de hortaliças orgânicas. Os experimentos instalados na sua propriedade têm sido utilizados como ambiente de aprendizagem para agricultores e agricultoras familiares com interesse em práticas sustentáveis para produção de alimentos.
Na oportunidade, o agricultor, acompanhado pela pesquisadora Maria Urbana Nunes e agentes de Transferência de Tecnologia da Embrapa, dialogou com os visitantes sobre o uso de métodos ecológicos para controle de pragas e doenças, uso de biomanta de casca de coco para controle de plantas daninhas, adubação orgânica, diversificação de culturas, cultivo da batata-doce biofortificada (com mais altos teores de nutrientes) e a importância de uma alimentação sem resíduos químicos.
“Mais de 95% dos alimentos que minha família consome vêm do meu sítio. Eu me preocupo com a qualidade dos produtos que consumo na minha casa e dos que levo para a feira”, disse José Adelson.
A analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Sonise Medeiros, líder das ações da Rede de Biofortificação de Alimentos (Rede BioFORT) em Sergipe, Alagoas e Pernambuco, destaca que é de suma importância associar os princípios de segurança alimentar e nutricional a práticas de cultivo e manejo que garantam a saúde do trabalhador, dos consumidores e à conservação do meio ambiente.
Sandra Sena, Secretária de Igualdade Racial do Município de Laranjeiras e coordenadora da Comissão Estadual dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em Sergipe, destacou o vínculo do evento com a agenda da ONU. “Ao compartilhar estratégias para assegurar a biodiversidade e o bem-estar humano, estamos direcionando o Brasil no caminho para o cumprimento dos ODS da ONU”, frisou.
Para a mobilização dos agricultores, o evento também contou com o apoio da Associação de Agricultores e Avicultores da Mussuca.
Agenda 2030
A Agenda 2030, coordenada pela ONU, é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade, que indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que se desdobram em 169 metas, para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos, dentro dos limites globais.
Os 17 ODS foram estabelecidos pela ONU em 2015 e compõem uma agenda mundial para a construção e implementação de políticas públicas que visam guiar a humanidade até 2030.
A pesquisa agropecuária nacional é forte aliada do Brasil e do Planeta no alcance das metas da Agenda 2030. Ao gerar conhecimentos e ativos tecnológicos para a sustentabilidade da agropecuária brasileira, a Embrapa vinculou sua atuação, direta ou indiretamente, a todos os 17 ODS.
Acesse aqui a página temática sobre a atuação da Embrapa em vinculação com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Nela, é possível compreender melhor como o trabalho da Embrapa se vincula a cada um dos 17 ODS. O espaço digital mostra, também, que a produção de alimentos alinhada à geração de inovação sustentável no campo contribui para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, para a redução do preço da cesta básica e para a exportação de produtos brasileiros, o que movimenta a economia e traz recursos para o País.
BioFORT
A Rede BioFORT é o conjunto de projetos responsáveis pela biofortificação de alimentos no Brasil. Coordenada pela Embrapa, busca diminuir a desnutrição e garantir maior segurança alimentar e nutricional através do aumento dos teores de ferro, zinco e vitamina A na dieta da população mais carente.
No Brasil, a biofortificação consiste no melhoramento genético convencional, ou seja, na seleção e cruzamento de plantas da mesma espécie, gerando cultivares mais nutritivos. São 15 Unidades da Embrapa envolvidas, com foco no melhoramento de alimentos básicos, como arroz, feijão, feijão-caupi, mandioca, batata-doce, milho, abóbora e trigo.
O projeto ainda tem como ações o desenvolvimento de produtos agroindustriais a partir de matérias-primas biofortificadas e a formatação de novas embalagens capazes de conservar os micronutrientes por mais tempo.
Os programa brasileiro de biofortificação tem o suporte do programa HarvestPlus, um consórcio de pesquisa que atua na América Latina, África e Ásia com recursos financeiros da Fundação Bill e Melinda Gates, Banco Mundial e agências internacionais de desenvolvimento.
Confira neste link onde encontrar os materiais biofortificados desenvolvidos pela Embrapa.
Saulo Coelho (MTb/SE 1065)
Embrapa Tabuleiros Costeiros
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