Paraíba e Rio Grande do Norte recebem dias de campo sobre Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Paraíba e Rio Grande do Norte recebem dias de campo sobre Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Com o objetivo de ampliar a adoção de sistemas integrados de produção no Semiárido e mitigar os efeitos das secas e estiagens, que são bastante comuns na região, a Embrapa Algodão realiza nesta semana dois dias de campo sobre Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): uma estratégia para o negócio agropecuário no Nordeste. O primeiro acontece no município de Pedro Velho, RN, no próximo dia 11, e o segundo, em Alagoinha, PB, no dia 13. Os eventos também visam orientar os participantes sobre o uso sustentável da terra na região e o armazenamento de água no solo. Mais de 300 participantes entre produtores, técnicos e parceiros são esperados nos dois eventos.
“A Embrapa e seus parceiros público-privados têm grande preocupação com o possível retorno do próximo período seco já em 2023 para o Nordeste. Pensando em mitigar os efeitos desta provável seca, trabalhamos determinadamente o planejamento e a disseminação da informação sobre sistemas integrados, como o ILPF, que podem trazer resiliência para os diversos sistemas de produção da Região Nordeste e seu agronegócio”, afirma agrônomo da Embrapa Algodão, Geraldo Di Stefano.
Durante o dia de campo em Pedro Velho serão apresentadas estratégias de manejo e conservação do solo; demanda nutricional das pastagens; demanda nutricional do milho ou sorgo; silagem; grãos; ciclagem dos nutrientes; economicidade dos sistemas de implantação e reforma de pastagens; seleção do componente agrícola e forrageiro de corte: milho grão; milho silagem; sorgo para silagem; seleção do componente arbóreo frutícola, madeireiro e forrageiro no litoral e agreste; manejo das pastagens e dos animais: as diferentes épocas do ano e o desenvolvimento da pastagem; as diferentes categorias animais e o que esperar da pastagem.
O município de Pedro Velho está localizado no litoral oriental do Rio Grande do Norte, numa faixa de transição do litoral para o agreste, com 1.200 milímetros. A região é tipicamente agropecuária, com mais de 700 propriedades rurais. “A propriedade onde o dia de campo será realizado adota um sistema integrado pecuária-fruticultura, em que se usa o componente agrícola anual na formação e reforma de pastagem e se apresenta como uma excelente estratégia para o negócio agropecuário da região”, conta Di Stefano.
Em Alagoinha, o foco será apresentar os resultados das ações que vêm sendo realizadas há três anos, na Estação Experimental de Alagoinha, através da parceria entre a Embrapa Algodão, Embrapa Solos, Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), a e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - Campus Areia. Além de ganhos em produtividade de grãos e forragens, serão demonstrados os ganhos de peso de animais e o comportamento no sistema ILPF. “No período seco, tivemos um ganho de peso de 400 gramas por dia e no período das águas um ganho de 720 gramas por dia. Isso sem falar no conforto térmico que o componente arbóreo traz para os animais. Por exemplo, às 10 horas da manhã você tem 10 graus de diferença de temperatura embaixo das árvores em comparação com o solo descoberto. Às 15 horas, você tem embaixo das árvores uma temperatura de 34 graus, enquanto fora delas pode variar de 42 a 52 graus dependendo da época do ano”, observa.
Ele destaca ainda que as árvores são fundamentais para aumentar o armazenamento da água nas propriedades e a produção de forragem, alimento, madeira, tornar os solos mais produtivos e criar a oportunidade do agropecuarista acessar mercados.
A programação de Alagoinha contará com apresentação das diversas forrageiras e a importância da qualidade das sementes das forrageiras na produção de carne e leite na região do Brejo paraibano; apresentação da classificação dos solos; recomendação de adubação, correção e a evolução da atividade biológica dos solos com as diversas composições de plantas na Unidade de Referência Tecnológica (URT); uso da cerca elétrica: uma forma de aumentar a área das pastagens da propriedade e fornecer a melhor parte das forrageiras para os animais; apresentação dos ganhos de peso no período da seca e das águas; e planejamento da propriedade e custo na implantação do ILPF e seus diferentes arranjos produtivos.
Os dias de campo são uma realização da Embrapa, em parceria com a Empaer, Plano ABC, Rede ILPF, UFPB, Sementes Oeste Paulista (SOESP) e Speedrite (empresa de cercas elétricas), Emparn, Associação Norte Riograndense de Criadores (Anorc), e as empresas de sementes Biomatrix, Moeda, Agromatos e Agrosalles.
Edna Santos (MTb 1700 CE)
Embrapa Algodão
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