Agricultores do Agreste de SE conhecem biomanta de coco
Agricultores do Agreste de SE conhecem biomanta de coco
Na terça (26), agricultores familiares e técnicos do Agreste Sergipano participaram de uma oficina promovida pela Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) para apresentação de resultados de pesquisas com foco no uso de resíduos do coco como alternativas aplicáveis ao cultivo orgânico de hortaliças.
No evento realizado em Campo do Brito, a pesquisadora Maria Urbana Nunes apresentou resultados de avaliação da eficiência da biomanta feita com fibra de coco no controle de plantas espontâneas em cultivos de alface, tomate e morango, que contribui para a redução de capinas, manutenção da umidade do solo e diminuição das perdas de produção devido ao contato das plantas e dos frutos com o solo.
A oficina aconteceu em uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) da Embrapa Tabuleiros Costeiros instalada na propriedade do agricultor familiar José Adelson Fonseca, no povoado Garangau. A ação de transferência de tecnologia integra o projeto ‘Desenvolvimento de tecnologias para o aproveitamento da casca de coco seco e verde na geração de insumos’, liderado por Maria Urbana e que conta com a parceria da Cooperativa da Produção Sustentável de Sergipe (Coopersus).
A biomanta vem sendo usada na contenção de encostas ou de áreas degradadas e em decoração de interiores, e pesquisas realizadas pela Embrapa apontam grande potencial desse material no aumento da eficiência de diversas culturas agrícolas, entre elas o próprio coco.
O desenvolvimento de alternativas de aproveitamento da casca de coco possibilita a redução da disposição inadequada de resíduos sólidos e proporciona uma nova opção de rendimento junto aos locais de produção.
Estima-se que o Brasil possui uma área plantada de mais de 100 mil hectares de coqueiro-anão, destinados à produção do fruto verde para o consumo da água-de-coco. As cascas geradas por este agronegócio representam 80% a 85% do peso bruto do fruto e cerca de 70% de todo lixo gerado nas praias brasileiras representa cascas de coco verde.
Agenda 2030
Dados estimam uma produção de 3 milhões de t/ano de casca de coco seco, 1.233.693 t/ano de casca de coco verde, além de 88.626.800 t/ano de folhas senescentes do coqueiro. O destino mais preocupante é o descarte como lixo, onde as cascas, pelo grande volume e prolongado tempo de decomposição, transformam-se em passivo ambiental.
Ao desenvolver pesquisas que visam reduzir os impactos ambientais dos resíduos gerados na agricultura, por meio de uma destinação correta, a Embrapa tem contribuído para o alcance da meta 'reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso', vinculada ao 'Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12 - Consumo e Produção Sustentável', da Agenda 2030 das Nações Unidas.
Saulo Coelho (MTb/SE 1065)
Embrapa Tabuleiros Costeiros
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