Transferência de Tecnologia para Melhoria da Qualidade das Hortaliças Destinadas ao Mercado Varejista é o título do projeto desenvolvido pela Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), em parceria com a Emater-DF, que contempla ações referentes às boas práticas agrícolas pós-colheita, representadas por um conjunto de tecnologias de baixo custo para o pequeno produtor. "Hora da colheita: hora de cuidar do seu produto e de você" é o fio condutor de uma série dessas ações idealizadas a partir da percepção sobre a importância de aliar iniciativas relacionadas à conservação dos produtos com a melhoria das condições de trabalho para o agricultor. Uma dessas ferramentas diz respeito à Unidade Móvel para Sombreamento (UMS) de hortaliças após a colheita, desenvolvida em conjunto pela pesquisadora Milza Lana, por Carlos Banci, agrônomo da Emater-DF, e por Valter Rodrigues, proprietário da Serralheria Mineira no Núcleo Rural de Taquara. Em linhas gerais, trata-se de uma estrutura simples e de baixo custo, que deve ser montada próxima à lavoura, para que as hortaliças possam ser removidas para a sombra à medida que forem colhidas. Bom para as hortaliças, e bom também para o produtor. "Além de proteger as hortaliças do sol, a sombra propicia um ambiente de trabalho mais confortável para o produtor rural e seus funcionários", destaca a pesquisadora. A ideia da UMS, segundo ela, levou em consideração não apenas a preocupação com a qualidade no momento da colheita e pós-colheita, mas também com a saúde dos agricultores, que a exemplo dos produtos colhidos também sofrem com a exposição prolongada a céu aberto. "Todos são beneficiados: o produto através de uma maior durabilidade/conservação pós-colheita e o agricultor com melhores condições de trabalho." Mas não apenas de abrigo serve o espaço montado da Unidade Móvel de Sombreamento. Pequenas operações de beneficiamento - como seleção e embalagem - podem ser realizadas com a colocação de uma mesa ou bancada sob a estrutura. Para evitar que as caixas de hortaliças se sujem em contato com o solo, elas devem ser colocadas sobre paletes (estrado de madeira ou plástico que é utilizado para movimentação de cargas). Essa composição, por sua vez, tem seu valor agregado quando o agricultor usa um carrinho para a colheita e transporte das hortaliças para a UMS; com isso, ele carrega menos peso e as hortaliças são transportadas com mais cuidado. "Tudo foi pensado com o propósito de facilitar a vida do pequeno produtor, envolvendo materiais de baixo custo, eficientes, e que representam soluções simples para melhorar a estrutura da agricultura familiar", anota Milza. Ela informa que além da demonstração da UMS na Agrobrasília, em abril, a tecnologia vem sendo utilizada por cinco produtores do Núcleo Rural de Taquara e Pipiripau. "E estamos agora montando uma unidade no Núcleo Rural de Rio Preto", acrescenta.