O pesquisador Evaristo de Miranda, da Embrapa, recebeu, em 27 de abril, o título “Engenheiro Agrônomo do Ano”, principal categoria do Prêmio Deusa Ceres, concedido pela Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (AEASP). A láurea leva o nome da deusa romana da agricultura e da fertilidade e, desde 1972, presta homenagens a agrônomos de longa e reconhecida trajetória de contribuição para a agropecuária. A solenidade de Jubileu de Ouro da premiação ocorreu dentro da Agrishow 2022, em Ribeirão Preto, SP. Evaristo é o primeiro profissional da Embrapa homenageado com o principal título da associação. O pesquisador disse sentir uma alegria ainda maior por receber o reconhecimento na data em que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária celebra seu aniversário de 49 anos - e na Agrishow, maior feira agrícola do País, que voltou ao formato presencial depois de dois anos. A emoção também tomou conta do homenageado ao anunciar sua aposentadoria da Embrapa para o segundo semestre de 2022. Dos 45 anos como engenheiro agrônomo, ele ressaltou, 42 foram dedicados à empresa de pesquisa. Evaristo participou da criação e gerenciou três centros da Embrapa. Para ele, o agrônomo deve buscar compreender a dinâmica da agropecuária, capacitar-se constantemente e levar o conhecimento científico em auxílio do homem do campo. “Você tem que se embriagar da ciência e da tecnologia”, resumiu. Sempre atento à dinâmica do agro, ele entende a inovação, a rentabilidade e a sustentabilidade como sinônimos e peças indissociáveis para o sucesso do agronegócio brasileiro. Ainda que exerçam um papel importante, ele ressalta que a força da agricultura não está nos agrônomos, mas nos agricultores. “É o empreendedorismo dos produtores rurais brasileiros. Eles são o nosso passado, o nosso presente e o nosso futuro”, finalizou. O prêmio foi entregue pelo presidente da AEASP, Henrique Mazotini, e pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues. “Estamos honrados em reconhecer o Evaristo, pelo grande serviço que ele tem prestado ao agronegócio brasileiro e internacional”, disse Mazotini. Rodrigues enalteceu a trajetória do homenageado em prol da pesquisa agropecuária brasileira. “Alguém como o Evaristo, que se dedica ao agro de corpo e alma, e a vida inteira, merece muitos mais prêmios que a Agronomia possa dar”, destacou. Tons de Verde Em seu discurso, o pesquisador também chamou atenção para a importância de mostrar ao mundo como a agricultura brasileira vem se desenvolvendo de forma sustentável. O livro “Tons de Verde: a Sustentabilidade da Agricultura no Brasil”, de sua autoria, aborda boa parte dessa história. A publicação mostra como a inovação conferiu competitividade e sustentabilidade à agricultura brasileira e ressalta a colaboração da Embrapa na modernização do agro brasileiro, apresentando métodos e tecnologias desenvolvidos pela empresa e aplicados no campo desde as últimas décadas. Como ele explicou, o intuito do livro não é revelar quão grande é a agricultura brasileira, mas como ela funciona. A publicação já foi traduzida para o inglês e para o mandarim. Neste ano, ela também ganhou as tintas da escrita árabe, e poderá, assim, ampliar o alcance da mensagem. “Os países da Liga Árabe já são o segundo mercado do Brasil. A agricultura está se desenvolvendo e eles estão trazendo investimentos para cá”, ressaltou o pesquisador. A solenidade também contou com a presença do ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, do deputado federal Arnaldo Jardim, além de representantes de entidades agronômicas de pesquisa e extensão, cooperativas, dentre outros. Prêmio O Prêmio Deusa Ceres é dividido em três categorias: Engenheiro Agrônomo do Ano, Medalha Fernando Costa e a Medalha Joaquim Eugênio de Lima. A Medalha Fernando Costa reconhece a trajetória de profissionais nas áreas de Ensino, Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, Ação Ambiental, Iniciativa Privada e Defesa Agropecuária. A Medalha Joaquim Eugênio de Lima valoriza atuações na área de paisagismo. Confira os homenageados desta edição: Engenheiro Agrônomo do Ano - Evaristo de Miranda Medalha Joaquim Eugênio de Lima - José Manoel Gobbi de Oliveira Medalhas Fernando Costa: - Carlos Eduardo Cerri (Ação Ambiental) - Victor Branco de Araújo (Assistência Técnica e Extensão Rural) - Diógenes Kassaoka (Cooperativismo) - Chukichi Kurozawa (Defesa Agropecuária) - Zacarias Xavier de Barros (Ensino) - José Fernandes Franco (Iniciativa Privada) - Antônio Ambrósio Amaro (Pesquisa).