Ações do Inova Amazônia vão fortalecer estratégias para produção sustentável
Ações do Inova Amazônia vão fortalecer estratégias para produção sustentável
Conciliar a melhoria da renda de produtores familiares e populações tradicionais com a conservação e o uso sustentável dos recursos florestais na Amazônia é o foco principal do projeto “Inovações para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Brasileira - Inova Amazônia", aprovado em outubro deste ano. As ações serão executadas pela equipe da Embrapa em sete estados da Amazônia: Acre, Amapá, Rondônia, Roraima, Maranhão, Pará e Amazonas.
As atividades envolvem estudos para intensificar sistemas de produção sustentáveis em áreas degradadas, fomentar a bioeconomia e agregar valor a partir da sociobiodiversidade, produtividade e rentabilidade nos sistemas de manejo florestal sustentáveis, além de promover o fortalecimento da cooperação regional. A iniciativa conta com apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Judson Valentim, presidente do comitê gestor do portfólio Amazônia (conjunto de projetos da Embrapa) ressalta que o Inova Amazônia inaugura uma nova linha de ação do BID e é um dos primeiros projetos aprovados e executados no âmbito desse programa de apoio à bioeconomia na região. “Essa parceria vai possibilitar o desenvolvimento de tecnologias que agregam valor aos produtos da biodiversidade amazônica e ajudam o produtor a fazer a transição da agricultura de derruba e queima para sistemas mais produtivos e sustentáveis, além de gerar renda e promover melhoria da qualidade de vida sem que eles precisem desmatar”, comenta.
Segundo Eufran Amaral, pesquisador da Embrapa Acre e líder do projeto, dentre outras ações, o Inova Amazônia vai incentivar a aplicação de modelos de desenvolvimento sustentável e inclusivo adequados às condições socioambientais do bioma, que contribuam com políticas públicas e programas de desenvolvimento local e regional. “Serão implantadas Unidades de Referência Tecnológica, áreas com alternativas de produção sustentáveis e melhor rentabilidade que proporcionarão aos produtores uma visão ampliada sobre as estratégias de recuperação de áreas degradadas e a forma de cuidar de manejar os recursos da propriedade rural”, acrescenta.
Adriano Venturieri, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, ressalta que a bioeconomia envolve também uma agricultura regenerativa. “O projeto veio em um momento oportuno, uma vez que com as tecnologias de restauração, produtores podem ampliar, por exemplo, a oferta de semente de açaí, que hoje é um dos grandes pilares da bioeconomia, além contribuir com a melhoria de renda e geração de emprego”.
Produtos da bioeconomia
Outro componente do projeto é a rastreabilidade, produtividade e rentabilidade de sistemas de manejo florestal sustentável. Neste contexto serão realizadas ações com foco nas cadeias produtivas do açaí, castanha-da-amazônia, bacuri, andiroba e pracaxi. “Esse projeto tem como ponto forte a promoção da bioeconomia inclusiva que protege a floresta, distribui riquezas e promove meios de vida das populações locais. Isso gera oportunidades para as cadeias de valor da sociobiodiversidade e fortalece as redes de troca de conhecimento e comércio. Valorizamos, desde a concepção da proposta, os conhecimentos locais e tradicionais para promover a diversidade, além dos sistemas alimentares sustentáveis”, afirma a pesquisadora da Embrapa Amapá, Ana Euler.
Os sistemas de manejo de açaí nativo de mínimo impacto será uma das ações. “Queremos que os produtores locais sejam os multiplicadores da tecnologia e troquem esse conhecimento com comunidades vizinhas. Com um manejo sustentável do fruto, o impacto da atividade nos ambientes de várzea e de grota diminui e aumenta a produtividade. Fator importante para garantir o abastecimento do mercado e consumo local”, explica.
Com relação à cadeia de valor da castanha, o projeto vai fortalecer as pesquisas em rede nos estados do Amapá, Acre e Rondônia. “A manutenção dessas ações de interação com produtores (as) e acompanhamento anual das safras, com a validação de novas tecnologias e inovações, como, por exemplo, as ligadas à secagem da castanha, são fundamentais para a agregação de valor à cadeia. Além disso, é importante para garantir a qualidade fitossanitária da castanha por meio de um processo de secagem eficiente”, ressalta Euler.
O Inova Amazônia também implantará Unidades de Referência Tecnológicas de manejo de andiroba e pracaxi, com foco nas boas práticas na produção de óleo e apoio a organizações de mulheres ligadas ao extrativismo. O trabalho contará com a parceria de universidades estaduais e federais e institutos federais de educação. “A ideia é promover o empreendedorismo e monitorar a qualidade dos óleos para promover capacitação em boas práticas e implementar inovações associadas às tecnologias de extração, secagem e envasamento. Além de discutir questões sobre custo de produção e comércio a um justo”, explica a pesquisadora.
Priscila Viudes (Mtb 030/MS)
Embrapa Acre
Mauricília Silva (MTb 429/AC)
Embrapa Acre
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Colaboração: Bruna Rosa
Embrapa Acre
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