Greenhouse gas emissions in cattle farming are measured in Pantanal
10/12/15
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Climate change
Greenhouse gas emissions in cattle farming are measured in Pantanal
How much methane does a head of cattle produce in Brazil's Pantanal? That is one of the questions that Pecus Pantanal, a subproject that is part of the Pecus research network, aims to answer. According to Ana Marozzi Fernandes, a researcher from Embrapa Pantanal who coordinates the iniciative in the biome, the team has already obtained preliminary results on greenhouse gas emissions (GHG) in the environment and in Pantanal's cattle farming. "The measurements have revealed that our emissions are much lower than preconized by international standards, even in Pantanal. The cattle in this region graze on pastures that have lower nutritional quality than cultivated exotic pastures in other biomes, and they do not have a diet that would include feed such as grains, which would lower emissions. Despite that, they still produce emissions at levels that are similar to those observed in the remainder of the Cerrado, for instance", states the researcher.
De acordo com Ana, a equipe investiga, agora, os fatores que podem influenciar essa situação, como o porte dos animais (que são geralmente menores que os de outras regiões do país) ou adaptações genéticas ao ambiente. Outra conclusão da equipe de pesquisa diz respeito à produção de metano pelo próprio ambiente pantaneiro – o gás é emitido naturalmente por solos alagados, com pouco oxigênio, como os do bioma na época das cheias. Os dados que a gente obteve indicam que é muito provável que exista um equilíbrio. Ou seja: quando os solos estão encharcados, eles emitem metano. Quando eles secam, eles absorvem esse gás", afirma a pesquisadora. Segundo Ana, um dos principais objetivos desses estudos é obter informações regionais totalmente adaptadas para considerar a relação entre a produção pecuária brasileira (e pantaneira) e os GEE. "Nos armarmos de argumentos científicos para contestar possíveis barreiras não tarifárias ou críticas que venham a surgir no futuro – especialmente, por parte do exterior".
Com o final do primeiro ano de testes no Pantanal, a unidade da Embrapa localizada em Corumbá (MS) recebeu a visita da pesquisadora Patrícia Oliveira, coordenadora nacional da Rede Pecus – uma rede de pesquisa que estuda a relação entre a emissão e sequestro de GEE na pecuária em todo o país. Segundo Patrícia, a Rede analisa formas de unir a conservação ambiental à produtividade na fazenda. "Os sistemas que foram manejados procurando a máxima eficiência são aqueles que menos emitem esses gases", diz. "A Rede tem conseguido, sob condições de bom manejo, um acúmulo de carbono bastante grande nos sistemas pecuários de produção – o que é muito importante não só para as questões de gases de efeito estufa, mas também para a melhoria de outras questões tecnológicas, como uma melhor estruturação dos solos (para evitar erosões) e manutenção da fertilidade. As tecnologias que apontam para a redução da emissão de GEE e o aumento do sequestro de carbono têm efeitos secundários em outras questões de eficiência nos sistemas de produção".
Ainda de acordo com a pesquisadora, o projeto – que teve início em 2011 – deve terminar em junho do ano que vem. "Nós vamos ter um simpósio sobre gases de efeito estufa, em que a gente pretende trazer para perto a comunidade científica e os estudantes, em especial. Ao fim desse evento, nós faremos uma nova articulação para definir o futuro da Rede. Temos novas demandas para estudo e, agora, precisamos decidir como atender a esses novos experimentos", diz Patrícia. Para a pesquisadora Ana, os dados produzidos pelo Pecus Pantanal podem ajudar a esclarecer o mercado internacional sobre o real impacto da produção pecuária regional. "No Pantanal, a nossa luta é para que se considerem as áreas não desmatadas, as florestas (que agem como grandes estoques de carbono) como forma de mitigação desse metano que vem da pecuária – já que o Pantanal é um bioma preservado, com 85% das suas áreas florestadas originais mantidas. Com as mudanças climáticas se concretizando, a gente quer ter soluções a oferecer para os produtores rurais", finaliza.
O simpósio ao qual a pesquisadora Patrícia se referiu é o Simpósio Internacional sobre Gases de Efeito Estufa (GEE) na Pecuária de Corte Brasileira (SIGEE), que estará na segunda edição em 2016. Para mais informações sobre o evento, acesse o site http://old.cnpgc.embrapa.br/mkt/2-sigee-2016/#about .
Nicoli Dichoff (MTb 3252/SC)
Embrapa Pantanal
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