18/12/15 |   Family farming  Food security, nutrition and health  Technology Transfer

Ação de cooperativismo entre produtores da agricultura familiar e instituições parceiras dá resultado

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Photo: Paulo Lanzetta

Paulo Lanzetta - Banca 78 projeta um crescimento de mais de 40% em vendas diretas e intermediadas para 2016, seu segundo ano de funcionamento.

Banca 78 projeta um crescimento de mais de 40% em vendas diretas e intermediadas para 2016, seu segundo ano de funcionamento.

 
Banca 78 do APL Alimentos, instalada no Mercado Público de Pelotas, celebra primeiro ano de atividades com um incremento de 340% nas vendas diretas. Em 2016, há novas perspectivas de avanço no balcão de negócios, que já em 2015, fechou com mais de um milhão de reais.
 
O primeiro ano de realizações da Banca 78 do Arranjo Produtivo Local (APL) de Alimentos da Região Sul, instalada no Mercado Público de Pelotas, foi celebrado nesta quinta-feira, dia 17, com as instituições parceiras e clientes. O espaço, com o objetivo de promover a venda direta de produtos da agricultura familiar, funciona também como um balcão de negócios, aproximando o produtor do consumidor. O crescimento de negócios com o setor público durante o ano foi positivo, mas ainda, é necessário avançar em mercados privados de comercialização.
 
O ato foi programado dentro da agenda de atividades comemorativas ao Dia do Bioma Pampa com um coquetel de pratos preparados pelo curso de Gastronomia da UFPel. Estiveram presentes à cerimônia o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon, o supervisor regional da Emater, Edgar Norenberg, o representante da UFPel, professor Valdecir Carlos Ferri, o prefeito municipal de Arroio do Padre, Leonir Aldrigui Baske e coordenador da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, Darci Cunha.  
 
Para o produtor e representante da Cooperativa do Arroio do Padre, Gustavo Lapschies, responsável por articular as atividades de comercialização da Banca 78, a experiência foi muita boa neste primeiro ano porque o local cresceu em comercialização direta de produtos e também na divulgação do local, dando visibilidade aos produtos. "Uma parcela de consumidores já sabem da qualidade dos nossos produtos e que os preços são mais baixos que no comércio em geral", indica Gustavo. 
 
Outro ponto que motiva o grupo de produtores com esta ação de cooperativismo são os contratos assinados com as chamadas públicas municipais. Atualmente o APL Alimentos, através da Banca 78, possui contratos intermediados com a UFPel e municípios da região.  "Foi um ganho para os produtores, já que recebemos um preço justo pelo nosso produto, antes os valores eram bem abaixo das tabelas de mercado", fala Gustavo.
 
Para o extensionista da Unidade de Cooperativismo da Emater Regional Pelotas Marcos Protzen as negociações públicas tendem a melhorar ainda mais na comercialização. "Uma normativa do Governo exige ao poder público, a partir de 2016, a inclusão de 30% de compra de produtos da agricultura familiar. Nossas expectativas são envolver outras instituições federais que forneçam alimento no município como o Exército e o IFSul", lembrou Marcos. Ele, como extensionista, contribui na articulação e negociação de mercados junto aos produtores. "Mas, para o ano que vem precisamos avançar em mercados privados como incluir na rede de negociações hoteis, restaurantes, escolas e outros estabelecimentos", fala Marcos.
 
O APL Alimentos da Região Sul atende atualmente as chamadas públicas das prefeituras de Capão do Leão, Jaguarão, Pedro Osório, São José do Norte, Arroio do Padre, Turuçu e Herval.
 
A Embrapa Clima Temperado é a coordenadora do APL ALimentos da Região Sul, sendo representada pelo analista Daniel Aquini, que planeja e coordenada as atividades junto ao grupo de entidades parceiras. Este primeiro ano de realizações junto a Banca 78, conforme ele, mostrou o fortalecimento das parcerias existentes dentro do APL e as que estão se somando ao longo desta trajetória de valorização da agricultura familiar. "Esta ação tem mostrado também a contribuição que estamos realizando com o desenvolvimento regional, com as melhorias nas relações sociais no território e com a valorização do saber local", avaliou Daniel.  Ele fala que este circuito de comercialização indica uma nova modelagem para Embrapa em fazer transferência de tecnologias, já que esta aproximação de produtores também se dá junto aos pesquisadores, assim os produtores acabam  buscando novas tecnologias, e os pesquisadores, prospectando demandas. "Isso tudo é uma agenda positiva para a Pesquisa e a Extensão, que podem estar juntas, atendendo essas demandas", disse Daniel.
 
A Banca 78 e suas ações
 
A Banca 78 surgiu da necessidade de viabilizar um local para centralizar os negócios, sendo um ponto de referência para comercialização de produtos não só para vendas a varejo como também por atacado – Balcão de Negócios, facilitando o processo de comercialização, uma vez que grande parte das cooperativas se encontra distante do grande centro consumidor de alimentos da região, dificultando a divulgação dos seus produtos.
 
A Banca iniciou com 14 empreendimentos (oito cooperativas e seis agroindústrias) e está agora com 19 empreendimentos (nove cooperativas e 10 agroindústrias). 
Os produtos ofertados na Banca 78 são direto da origem, ou seja, entregue pelos próprios agricultores familiares, sem a participação de atravessadores. Disponibiliza aos seus clientes, uma gama de produtos como: hortifrutigranjeiros (in natura, minimamente processados e congelados), frutas cristalizadas, geleias, chocolates, pescados, biscoitos, bolachas, sucos, queijos, feijão e conservas. O horário de atendimento ao público é de segunda à sexta, das 9h às 18h30, sem fechar ao meio dia. Aos sábados abre das 10h às 12h e das 14h às 17h. Telefones para contato são:(53) 3025.2254 / (53) 8159-6159 / (53) 8451-2495
 
A Banca 78 possui um comitê gestor que é formado pelos seguintes membros e instituições: Daniel Aquini pelo APL Alimentos, Marcos Protzen pela UCP/Emater, Gustavo Lapschies da Coopap, Ubirajara Martins pelas agroindústrias (Quinta Martins), tendo a suplente Miriam Bubolz (Flaps) e pelas cooperativas, Egon Hellwig pela Cooperativa Agrícola de Monte Bonito (COOPAMB) e a suplente Veronica Tuchtenhagen da Cooperativa de Turuçu (Cooperturuçu)
 
Ações futuras
 
Para 2016 estão prospectados novos mercados para Banca 78, principalmente institucionais, em função do DECRETO Nº 8.473, DE 22 DE JUNHO DE 2015 que estabelece que a partir de 2016 todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional devem adquirir no mínimo 30% dos alimentos da agricultura familiar. Além disso, foi concluído recentemente um projeto de PAA - Doação Simultânea para a cidade de Pelotas, com cinco cooperativas participantes e com valor total próximo a 1 milhão de reais.
 
Para o próximo ano, se projeta ainda vendas para o mercado privado, como os restaurantes de Rio Grande e Pelotas e as vendas em feiras realizadas na região, como a Feovelha, em Pinheiro Machado, Expofeira de Pelotas, Fenadoce, entre outras.
 
Para as vendas diretas, na Banca do Mercado, houve um crescimento de 340%, ou seja, em novembro se vendeu mais de três vezes do que em dezembro, mês de instalação. A meta inicial estipulada são de seis mil reais mensais, em um ano de atividades.
 
Projeta-se para o próximo ano um aumento de 40% tanto nas vendas diretas quanto nas vendas intermediadas (mercados privados e institucionais), alcançando assim, a auto suficiência financeira para o segundo ano de funcionamento.
 
Outra conquista há ainda num projeto da FEAPER para reestruturação do espaço físico, para atendimento da demanda dos novos componentes e da diversidade de produtos, e a aquisição de uma "ilha" para exposição em feiras ou colocação em supermercados, no valor de  61 mil reias.
 
Resumo da comercialização da Banca em um ano
Vendas diretas na Banca - de dez/2014 a dez/ de 2015 - cerca de 38 mil reais
Comercialização de chamadas públicas - de dez/2014 a dez/2015 - cerca de 1 milhão de reais
 
O APL
 
Em 2014, a ação foi colocada em prática ao lançar o Plano de Desenvolvimento do APL/Alimentos da Região Sul, o qual se baseou num levantamento organizado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em conjunto com o Governo do Estado, que fez um diagnóstico das principais necessidades dos cerca de 60 produtores e agroindústrias cadastrados. 
Os Arranjos unem diversas empresas, produtores e instituições da mesma região para buscar melhores resultados para o negócio e seus clientes, que têm acesso a maior diversidade de produtos de qualidade e aos diversos sabores regionais. Os arranjos são coordenados pela Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção de Investimento (AGDI), braço operacional da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI) do Governo do Estado. O trabalho é uma forma de incentivo ao desenvolvimento local.
 
 

Cristiane Betemps (MTb 7418-RS)
Embrapa Clima Temperado

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