Os mosaicos florestais sustentáveis na paisagem - Inovação e tecnologia impulsionam práticas de desenvolvimento florestal sustentável na América Latina
Os mosaicos florestais sustentáveis na paisagem - Inovação e tecnologia impulsionam práticas de desenvolvimento florestal sustentável na América Latina
Os mosaicos florestais sustentáveis na paisagem foram o tema de uma série de palestras realizadas durante a Conferência latino-americana da UFRO deste ano. Moderado pelo professor Joberto Veloso de Freitas, da Universidade Federal do Amazonas, o painel reuniu pesquisadores da Costa Rica e do Brasil, e abriu espaço para a discussão sobre tecnologia e informação no manejo sustentável.
Destaque internacional como modelo exemplar de desenvolvimento no setor, a Costa Rica tem adotado uma abordagem inovadora para garantir que suas paisagens sejam conservadas e utilizadas de forma responsável. Com abundância de biodiversidade e recursos naturais, o país abriga uma variedade de áreas protegidas, que representam aproximadamente 25% de seu território total, conforme explicou Roger Villalobos, da Cátedra de Gestão de Ecossistemas, da Unidade de Ação Climática da Costa Rica. “Essas áreas incluem parques nacionais, reservas biológicas e florestas protegidas, que desempenham um papel fundamental na preservação da flora e fauna únicas do país. Também investimos em energias limpas e renováveis que colaboram na redução da pegada de carbono e nas mudanças climáticas, além de outras práticas relacionadas à agricultura e à exportação de produtos orgânicos. Nossos sistemas de integração geram importantes fontes de receita, ao mesmo tempo em que protegem o solo, os recursos hídricos e nos permitem manter as nossas paisagens”, destacou.
Fernanda Rodrigues, do Diálogo Florestal do Brasil, apresentou a iniciativa “Diálogo do Solo Brasil”, uma plataforma que objetiva reunir conhecimento e liderar processos que influenciem negócios sustentáveis e a melhoria da governança de territórios, promovendo o desenvolvimento inclusivo em paisagens relevantes. “Trata-se de um esforço colaborativo que inclui agricultores, cientistas, autoridades governamentais e organizações não governamentais, com o objetivo de melhorar a qualidade do solo e garantir sua saúde a longo prazo. O solo é um componente vital do ecossistema agrícola, desempenhando um papel crítico na produção de alimentos, na retenção de água e na estabilidade ambiental”, explicou. Um dos desafios chave enfrentados pelo Diálogo do Solo é a integração de práticas sustentáveis em sistemas agrícolas de grande escala. “É preciso a cooperação de todos os setores para a implementação de formas sustentáveis relacionadas ao solo, desde os pequenos agricultores até grandes empresas. Esse cenário exige mudanças na mentalidade sobre os benefícios desse procedimento de manejo, como o aumento da produtividade, redução dos custos de produção e, ao mesmo tempo, a redução de impactos ambientais negativos, como a erosão do solo e a poluição da água”, ponderou.
O monitoramento da Floresta Amazônica realizado pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica - OTCA, foi o tema da palestra de Mauro Luis Ruffino. Os serviços da organização englobam uma série de ações destinadas ao fornecimento de detalhes sobre o estado da floresta e seusdesafios. A coleta de dados realizada por meio de imagens satélite, pesquisas de campo e parcerias com instituições de pesquisa e agências governamentais dos países amazônicos são os principais componentes do trabalho colaborativo. Segundo Ruffino, “os dados monitorados abrangem uma variedade de indicadores, desde taxas de desmatamento e degradação florestal até a biodiversidade e as mudanças climáticas. A análise dessas informações permite à OTCA avaliar tendências e impactos ambientais, identificando áreas críticas que requerem atenção imediata, como o desmatamento, que é um desafio premente para a região amazônica. Realizamos o trabalho por meio de um tratado de cooperação com outros países, em organizações ambientais, governos e comunidades locais para garantir que a Amazônia continue a prosperar, proporcionando um equilíbrio essencial para a nossa floresta”.
Ana Reimann (Produção de texto)
Embrapa Florestas
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