11/07/24 |

Desafios e soluções ambientais para assentamentos do Paraná são discutidos em seminário no Contestado

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Photo: Emiliano Santarosa

Emiliano Santarosa -

Nos dias 10 e 11/7/24, foi promovido pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), no assentamento do Contestado, Lapa-PR, o Seminário Questão Ambiental. O evento reuniu cerca de 140 líderes campesinos de várias regionais do Paraná, que atendem 32 mil famílias de diferentes assentamentos no estado, e objetivou a organização dos polos alimentares com a produção de alimentos saudáveis e ações e projetos para conservar e restaurar as reservas legais (RL) de Mata Atlântica.

Além da palestra do líder João Pedro Stedille sobre economia política, representantes de várias instituições como Embrapa Florestas, Instituto Água e Terra (IAT), Ibama, IDR-PR, Parque Tecnológico de Itaipu, Oka, Incra, Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) apresentaram soluções para o incremento das atividades dos assentamentos em todo o Paraná. No dia seguinte, as lideranças campesinas discutiram os temas e realizaram o planejamento de atividades e ações.

As iniciativas de cooperação da Reforma Agrária no Paraná são compostas por 25 cooperativas, 62 agroindústrias e dezenas de associações camponesas. Os vários polos de assentamento do Paraná possuem diferentes níveis de desenvolvimento. “As atividades no Contestado começaram em 1989, com 109 famílias e hoje é uma referência como assentamento, produzindo 20 toneladas de alimentos semanais que saem para as escolas estaduais e municipais e Ceasa. Mas nem todos os polos são assim, por isso precisamos auxiliar que os mais necessitados cheguem ao nível dos mais desenvolvidos”, explica Marcelo Francia Arco-Verde, chefe da Embrapa Florestas.

Segundo Arco-Verde, os trabalhos em conjunto buscaram estruturar um programa para a produção de alimentos, atrelados aos conceitos agroecológicos e ambientais. O MST no Paraná possui um mapeamento que mostra as porcentagens de área de reserva legal de cada assentamento e acampamento e a maioria atende e até supera os 20% de área de RL, muitos têm 32% até 40% da área de reserva legal. Parte do nosso papel, como Embrapa, é discutir sobre como promover a conservação destas áreas mediante o uso”, explicou. Em sua explanação, o chefe geral da Embrapa Florestas mostrou as etapas necessárias para elaboração de protocolos de produção de alimentos. “Além disso, levamos dois estudos de caso, do Contestado e de Cruz Machado, em que foi feita a análise de composição dos sistemas de produção e uma análise financeira, que pode inspirar trabalhos em outros assentamentos”, contou.

“Foi uma grande oportunidade de estar presente e conversar com as lideranças e discutir ações mais programadas de transferência de tecnologias para os assentados. Vamos avaliar junto com o MST as necessidades do Contestado, ver as ações do passado que podem ser continuadas e deixamos claro que se houver necessidade de outras tecnologias, a Embrapa dispõe de uma rede que permite outras alianças”, contou Edina Moresco, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Florestas.

 

Manuela Bergamim (MTb 1951-ES)
Embrapa Florestas

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