Câmara Setorial debate condições para estruturação de programas de melhoramento de caprinos e ovinos
Câmara Setorial debate condições para estruturação de programas de melhoramento de caprinos e ovinos
Pesquisador Olivardo Facó apresenta subsídios para debate sobre melhoramento genético na Câmara Setorial
A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Caprinos e Ovinos, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), nesta quarta-feira (9), debateu a importância de avaliações genéticas de caprinos e ovinos para a estruturação de programas de melhoramento animal e a necessidade de atualizar normativas sobre esta temática. O pesquisador Olivardo Facó, da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE), apresentou subsídios para a sustentabilidade de programas e estímulo à criação de um mercado para animais com genética comprovada para condições de produção.
“É preciso criar e fomentar um mercado de animais com avaliação genética. Enquanto não criarmos esta condição, o melhoramento acontecerá em velocidade muito menor”, destacou Facó. De acordo com ele, a sustentabilidade de programas de melhoramento animal a longo prazo passa pela agregação de valor aos produtos dos programas, com matrizes e reprodutores de elevado mérito genético. O pesquisador ressaltou que em cadeias com agroindústrias bem desenvolvidas, o processo de busca de melhores animais reprodutores para a produção tende a ser mais natural, mas isso ainda não é uma realidade predominante para a caprinocultura e a ovinocultura, que ainda necessitam de melhor organização.
Segundo Facó, o caminho para melhor estruturação de programas de melhoramento genético para caprinos e ovinos passa pelo fortalecimento do cooperativismo, por alianças entre agroindústrias e produtores e por políticas públicas que envolvam linhas de financiamento, benefícios fiscais e compras governamentais. “Estruturar e manter um programa envolve custos de escritório, pessoal e sistemas de tecnologia da informação. Existe a necessidade de custear as visitas de técnicos para coletas de dados nos rebanhos, de capacitar esses técnicos, de organizar as informações”, frisou o pesquisador.
Facó destacou também que a Embrapa tem investido em pesquisas e infraestrutura para estímulo ao melhoramento genético de caprinos e ovinos, com possibilidade de participação de produtores rurais. Entre as iniciativas estão o Programa de Melhoramento Genético de Caprinos Leiteiros (Capragene®) com atuação nas regiões Nordeste e Sudeste, as ações de pesquisa em sistemas de gerenciamento de dados de rebanhos e uma nova estrutura em sua sede, em Sobral (CE), que permitirá a condução de testes de desempenho e eficiência alimentar.
Para Raquel Caputo, chefe da Divisão de Registro Genealógico Animal na Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA, é necessário que a caprinocultura e ovinocultura tenham normativas específicas para melhoramento genético e que contemplem as mais recentes inovações em pesquisa na área. “É impraticável trabalhar com normativas que não levem em consideração os avanços da genética, da genômica”, frisou ela. De acordo com Raquel, o Ministério deverá priorizar essa discussão, inclusive com uso de consulta pública para captar sugestões do setor produtivo.
A reunião desta quarta-feira contou com a presença de outros pesquisadores e analistas da Embrapa, além de representantes de cooperativas de produtores, de câmaras setoriais estaduais, do Sebrae e de ministérios. A próxima reunião ordinária deverá acontecer no dia 5 de dezembro.
Avaliações genéticas
As avaliações de mérito genético de animais para produção são consideradas etapas fundamentais para programas ou ações de melhoramento genético. Elas facilitam a identificação de animais geneticamente superiores para as características de produção desejada (como tendências genéticas a melhor produção de leite, melhor ganho de peso para animais de corte, entre outras). A partir de ferramentas como a implantação de serviços de controle leiteiro (para rebanhos de produção de leite) ou desenvolvimento ponderal (para produção de carne); testes de progênie e de desempenho; avaliações genéticas e genômicas é possível ter melhor acurácia sobre o potencial de reprodutores e matrizes.
Atualmente, as normativas usadas como referência para avaliações genéticas de caprinos e ovinos no Brasil são a Instrução Normativa nº 78/2018, que estabelece requisitos para registro de provas zootécnicas em animais com aptidão leiteira e a Instrução Normativa nº 12/2018, que trata da certificação de bovinos de corte avaliados geneticamente.
Adilson Nóbrega (MTB/CE 01269 JP)
Embrapa Caprinos e Ovinos
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