Aliança de C&T responderá a desafios da agricultura e a oportunidades de impacto para o setor
Aliança de C&T responderá a desafios da agricultura e a oportunidades de impacto para o setor
Photo: Sinval Lopes
Na proposta da aliança, estão previstos programas estruturantes de ciência e tecnologia, voltados a temas estratégicos e a demandas prioritárias das cadeias produtivas
Instituições de ciência e tecnologia, universidades e entidades privadas representativas do setor agropecuário estão unindo esforços com o propósito de gerar e disponibilizar soluções de alta complexidade para questões que impactam severamente a agricultura.
Reunião articulada pela Diretoria-Executiva da Embrapa ocorreu hoje (10), na qual as propostas de formação de uma grande aliança entre os participantes (veja quadro abaixo), e de criação de programas estruturantes de ciência e tecnologia, voltados a temas estratégicos e a demandas prioritárias das cadeias produtivas, foram discutidas. Memorando de entendimento formalizando a aliança deverá ser assinado no dia 7 de maio, em Brasília (DF), durante as comemorações do 52º aniversário da Embrapa.
“A formação da aliança é uma iniciativa visando ao fortalecimento da pesquisa agropecuária com reflexos positivos esperados para toda a sociedade brasileira. Para cada problema e oportunidade, equipes reunidas, ao longo de 2024, pela Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, compostas por especialistas da Empresa, mapearam os melhores cientistas no Brasil e no mundo, de forma a compor redes de alto desempenho para entrega de soluções integradas e de valor e impacto. Sua formalização será um marco para que canalizemos energia, esforços, recursos e infraestrutura voltados a pesquisas e soluções que permitam o enfrentamento de grandes desafios e o olhar atento a oportunidades”, destaca o diretor de P&D da Embrapa, Clenio Pillon.
Para a presidente da Empresa, Silvia Massruhá, a Aliança “permitirá construir prioridades, estratégias e propósitos comuns entre as instituições, bem como focalizar recursos em agendas absolutamente prioritárias para o País”.
Segurança e soberania alimentar; resiliência e adaptação dos sistemas agroalimentares a eventos climáticos; problemas zoo e fitossanitários; custos de produção e de alimentos, fibras e energia; dependência tecnológica e as oportunidades abertas pela bioeconomia estão entre os temas a serem tratados pela aliança.
Quanto às estratégias de sustentação da iniciativa, estão previstas plataformas colaborativas e a articulação com políticas públicas e redes de pesquisa de alto desempenho, além das agendas priorizadas que possam responder a encomendas de pesquisa e ao fortalecimento das cadeias produtivas.
Desafios
Os programas estruturantes de P&D deverão estar dirigidos por exemplo, a demandas prioritárias das cadeias produtivas tais como o controle de enfezamentos em milho, complexo causador de prejuízos que giram em torno de R$ 15 bilhões anuais, e do Huanglongbing (HLB) ou Greening - doença dos citros altamente destrutiva e responsável por perdas da ordem de no mínimo R$1,7 bilhões por ano no Brasil, com tendência a aumentar, e pela destruição de 90% da produção de laranja na Flórida (EUA).
Foto: Carlos Ronquim
Eventos extremos não previstos e os climáticos, por sua vez, trazem perdas de bilhões na produção de todas as culturas (exemplo emblemático é o da soja) e para o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), seguro rural do governo federal que ajuda os produtores rurais a pagar financiamentos agrícolas em casos de adversidades. O controle de bicudo e Mancha de Ramulária em algodão; de ferrugem asiática e Macha alvo em soja; do bicudo da cana-de-açúcar; e de brusone e giberela em trigo soma-se às demandas que justificam os programas estruturantes, de alta convergência, propostos na reunião.
Esses programas deverão aprofundar soluções direcionadas a controle biológico de pragas; pesquisa e inovação para agricultura familiar, assim como a sistemas orgânicos e agroecológicos de produção, os quais demandam priorização focada nas especificidades da dimensão da produção e da região produtiva, de forte ênfase em bioinsumos, práticas agropecuárias, genética e máquinas e implementos.
Deverão também focar em soluções como fixação biológica de nitrogênio e outros processos microbianos associados à nutrição de plantas não leguminosas; incrementos em conhecimentos em previsão agrometeorológica, que favoreçam a adaptação dos sistemas agroalimentares; conversão de pastagens em degradação; rastreabilidade em sistemas produtivos; descarbonização, inclusive da matriz de transporte; métricas de balanço de carbono na agropecuária tropical e sub-tropical; saúde única; indicadores de sustentabilidade agro-socioambiental; e gestão integrada de dados, informações e boas práticas para defesa agropecuária, além de zoneamento agroclimático, entre outras.
Foto: RR Rufino
Por que uma aliança de P&D?
A aliança surge como a proposta de um modelo inovador de gestão e governança compartilhada para a ciência e tecnologia agropecuária, capaz de proporcionar a formação de redes colaborativas de alto desempenho científico para inovação, o fortalecimento de parcerias, a convergência e busca de alta eficiência na aplicação de recursos, o compartilhamento de estruturas e competências para atendimento de agendas prioritárias sintonizadas com temas estratégicos para o Brasil.
O investimento inicial para os programas propostos é estimado em R$ 500 milhões por ano. Tal investimento é, como colocado na proposta, benefício diante de um custo mínimo ao País superior a R$ 50 bilhões anuais, caso ele não seja priorizado.
Proposta de cronograma, inclusive para debates e refinamento do modelo ao longo do ano, foi apresentada no evento. Contempla a assinatura do instrumento jurídico no dia 7 de maio, durante a solenidade de aniversário da Embrapa, e um conjunto de reuniões com ministérios, parlamentares e iniciativa privada, articulado por regiões, para priorização de temas de alta complexidade científica e de impacto econômico e social. Essa agenda culmina com uma conferência nacional de convergências prevista para outubro.
Confira as instituições e entidades representadas na reunião:
- Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA) - Academia Brasileira de CIências (ABC) - Academia Latino-Americana do Agronegócio (Alagro) - Associação Brasileira das Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural, Pesquisa Agropecuária e Regularização Fundiária (Asbraer) - Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) - Confederação Nacional da Indústria (CNI) - Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Contraf) - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) - Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf/Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar - MDA) - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) - Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) - Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) - Instituto Brasil Orgânico - Ministério da Agricultura (Mapa) - Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) - Sociedade Rural Brasileira (SRB) |
Marita Cardillo
Assessoria de Comunicação (Ascom)
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