As doenças parasitárias são consideradas fatores limitantes para a rentabilidade da produção pecuária, particularmente em regiões onde as condições climáticas contribuem para aumentar a intensidade e o período de parasitismo. No Brasil, perdas relacionadas a infestações pelo carrapato dos bovinos e pela mosca-dos-chifres são expressivas, uma vez que praticamente todas as regiões onde se desenvolve a bovinocultura se encontram em áreas favoráveis ao desenvolvimento destes parasitas. Os métodos de controle da mosca-dos-chifres e do carrapato dos bovinos são historicamente dependentes do uso de produtos químicos. A situação da resistência nas populações do carrapato dos bovinos e da mosca-dos-chifres tende a agravar-se em curto prazo, uma vez que o tratamento químico dirigido a uma espécie impõe uma seleção indesejável à outra, já que ambas infestam o mesmo hospedeiro. Atualmente, ferramentas de diagnóstico molecular são utilizadas com eficiência em estudos epidemiológicos, fundamentais para quantificar os fatores de risco responsáveis pelo estabelecimento genotípico da resistência nas populações parasitárias. O projeto tem por objetivo caracterizar a dinâmica populacional e os mecanismos genéticos predominantes na resposta da resistência aos grupos químicos utilizados no controle das populações da mosca-dos-chifres e do carrapato dos bovinos e, verificar se a determinação precoce da resistência nas moscas-dos-chifres poderá direcionar novas estratégias para o manejo das bases químicas utilizadas no controle do carrapato, evitando assim o estabelecimento e a fixação de alelos de resistência nestas populações.