A criação de tambaqui ( Colossoma macropomum) vem crescendo no Brasil, em função do seu excelente potencial para produção intensiva e pela boa aceitação pelo mercado consumidor. Em decorrência dessa expansão, sobressaltam-se alguns entraves relacionados ao manejo sanitário dos peixes. Entre os principais podemos destacar a infecção pela bactéria Aeromonas hydrophila, bem como por helmintos monogenóideos, decorrentes na maioria das vezes de práticas de manejo inadequadas que induzem respostas de estresse, com consequências negativas sobre a resposta imune e resistência dos peixes a patógenos. Em decorrência da elevada ocorrência de doenças parasitárias e bacterianas, o uso de quimioterápicos e antibióticos tem aumentado na aquicultura. Assim, visando reduzir ou evitar a dependência desses produtos químicos que geram impacto negativo nos peixes e ambiente tem-se priorizado nos últimos anos os estudos com plantas medicinais para o controle das principais doenças de peixes cultivados. Dessa forma, o presente projeto pretende avaliar a eficácia do óleo essencial de três espécies de plantas medicinais como antibacteriano e antiparasitário em tambaqui. Para isso, plantas adultas, oriundas do setor de Plantas Medicinais da Embrapa Amazônia Ocidental, serão utilizadas para obtenção de folhas e inflorescências, as quais serão utilizadas para obtenção do óleo essencial pelo processo de hidrodestilação. Após caracterização química, com as amostras de óleo prontas para uso, serão realizados ensaios #26;in vitro#26;, visando estabelecer as concentrações que causam 50 e 100% de inibição do crescimento bacteriano e também que promovem a morte de 50 e 100% de helmintos monogenóideos. Esses resultados serão utilizados nos ensaios #26;in vivo#26; em protocolos de banho terapêutico para comprovação da eficácia dos tratamentos com produtos naturais, sendo avaliadas também as respostas fisiológicas do tambaqui decorrentes da utilização destes fitoterápicos. Espera-se obter ao final do estudo concentrações efetivas do óleo essencial das plantas para o controle de A. hydrophila e de helmintos monogenóideos em tambaqui. Neste contexto, o presente projeto pretende contribuir para o fortalecimento da piscicultura brasileira, através da redução do uso de antimicrobianos e quimioterápicos, com adoção de práticas de manejo sanitário eficientes, o que permitirá a expansão da criação do tambaqui, aumentando a competitividade dos nossos produtos e, principalmente, mantendo os plantéis de peixes livres de enfermidades. Pretende-se, assim, com o conjunto das informações geradas, equacionar alguns dos principais problemas sanitários existentes na criação do tambaqui.