O tambaqui ( Colossoma macropomum), caracídeo nativo da bacia Amazônica, juntamente a seus híbridos, representa a espécie nativa mais apreciada para consumo humano no Brasil. Devido à alta e contínua pressão da pesca, o tambaqui encontra-se hoje super explorado e, portanto, com reduzida produção pesqueira. A redução do volume de pesca do tambaqui, associado ao constante aumento do consumo de pescado pela população, tem impulsionado a disseminação e intensificação da criação comercial deste peixe em todo território nacional (com exceção do Sul do país). Hoje, o tambaqui representa a segunda maior produção de pescado no Brasil e primeira na região Norte do país. Entretanto, em comparação com outros peixes de valor comercial, o sistema de produção do tambaqui ainda evolui de forma lenta, não havendo técnicas modernas adaptadas para a espécie. Com a finalidade de contribuir com o avanço da criação comercial do tambaqui, e tendo como base a superioridade da fêmea em ganho de peso pelo menos no primeiro ano de vida (tempo completo de cultivo comercial), esse projeto propõe a definição de bases técnicas para a formação de população monossexo de fêmeas de tambaqui. A proposta se alinha a outro projeto da nossa equipe que estuda morfologicamente e geneticamente o processo de diferenciação sexual no tambaqui. Os resultados deste fornecerão informações necessárias para a técnica de inversão sexual, principalmente no que diz respeito ao período hábil para o tratamento hormonal. Portanto, o projeto destaca-se por seu caráter inovador e por sua intenção de gerar uma tecnologia que, embora utilizada há anos em escala comercial para outros peixes de valor zootécnico, ainda não foi adaptada para a principal espécie nativa brasileira.