Cultivos orgânicos e convencionais de tomate são frequentemente acometidos por doenças capazes de causar reduções significativas na produção ou mesmo inviabilizá-la em determinadas regiões ou épocas do ano. Tal fato vai contra a crescente demanda da sociedade por sistemas produtivos sustentáveis ambientalmente, economicamente e socialmente. Adicionalmente, cada vez mais consumidores procuram por produtos saudáveis, de qualidade e livres de agrotóxicos, de modo que pesquisas científicas visando aprimorar os sistemas de produção orgânico e de base ecológica são extremamente desejáveis. Dentre os patógenos de solo importantes em tomateiro, destacam-se os fungos Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici e Verticillium dahliae e a bactéria Ralstonia solanacearum, agentes causais de murchas, e o nematoide-das-galhas Meloidogyne spp. Atualmente, algumas raças e espécies de patógenos causam maior preocupação, devido o número restrito ou a inexistência de cultivares de tomateiro e porta-enxertos de tomateiro resistentes. Nesse sentido, a Embrapa Hortaliças tem iniciado ações de pesquisa visando o emprego de acessos silvestres de Solanum subg. Leptostemonum (grupo das solanáceas espinhosas - jurubebas) como porta-enxerto para o controle de doenças em tomateiro. Contudo, há necessidade de ampliar os estudos referentes ao comportamento desses acessos às principais espécies de patógenos de solo do tomateiro, incluindo raças e biovares, bem como avaliar a compatibilidade do ponto de vista produtivo, fisiológico e nutricional. Nesse contexto, o objetivo geral do projeto é selecionar porta-enxertos de acessos silvestres de Solanum subg. Leptostemonum multirresistentes aos principais patógenos de solo e compatíveis com o tomateiro.