A busca por ganhos em competitividade na vitivinicultura nacional tem determinado a elevação na quantidade e qualidade da produção de sucos, vinhos e uvas de mesa. Em parte, devido à crescente demanda interna pelo suco integral de uva, tem-se buscado maior produtividade por planta. Paralelamente, a produção de vinhos finos vem exigindo maior rigor na qualidade da uva processada, visando melhorar a competição perante os produtos importados. Nesse contexto, tem-se um mercado de intensa reconversão de vinhedos, onde o ganho produtivo por planta está associado à qualidade da matéria prima. Esse processo de reconversão tem evidenciado novos desafios à pesquisa. Atualmente, há uma grande demanda por mudas que, além de apresentar alta sanidade e elevado desempenho agronômico, sejam capazes de se adaptar aos diferentes cenários de cultivo, especialmente em áreas com histórico da doença denominada “declínio e morte da videira”. Porém, a realidade mostra que a oferta de mudas com todas essas características ainda é escassa. Em geral, parreirais implantados com mudas de baixa qualidade fitossanitária não atingem os quatro anos de idade. Diante disso, esse projeto tem como objetivo principal a produção, o controle e a transferência de matrizes de alta sanidade junto ao segmento viveirista nacional. Busca-se, também, definir um sistema de certificação voluntária, no qual viveiristas parceiros serão capacitados para obter um modelo padrão de muda comercial. A partir das ações desenvolvidas, espera-se uma revolução em termos de qualidade das mudas atualmente comercializadas. Viveiristas licenciados pela Embrapa Produtos e Mercado receberão materiais vegetativos de sanidade superior, desenvolvidos pela Embrapa Uva e Vinho. Paralelamente, terão monitorado seu processo produtivo, com agregação de novas tecnologias, permitindo a obtenção de mudas de qualidade com o padrão Embrapa. O impacto do projeto atinge todo o setor produtivo. A curto prazo, espera-se a certificação de dez viveiristas em quatro estados (RS, SC, BA e PE). A médio prazo, os viticultores terão à sua disposição um produto diferenciado, com alto desempenho a campo. No longo prazo, a muda de qualidade será o alicerce do vinhedo sustentável, garantindo maior produtividade e qualidade de matéria prima, que é a base para a elaboração de produtos vitivinícolas altamente competitivos.