O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de soja, milho e algodão. Boa parte dessa produção concentra-se no Cerrado, bioma que compreende mais de 200 milhões de hectares, com cultivo intensivo do solo e altas produtividades. No entanto, a agricultura do Cerrado é muito sensível à fenômenos climáticos adversos, como o déficit hídrico prolongado, a elevação da temperatura e da evapotranspiração, com sérias consequências na disponibilidade de água no solo e na produtividade das culturas. A fragilidade dos solos de Cerrado, especialmente os arenosos e com baixos teores de matéria orgânica, requer um monitoramento criterioso ao longo do seu uso, principalmente com os cultivos intensivos em safra e segunda safra. Aumentar a produtividade das culturas, sem onerar o custo de produção e sem impactar negativamente o ambiente, é fundamental para o agricultor e para a segurança alimentar mundial. O objetivo deste projeto é estabelecer práticas de manejo de plantas de cobertura e do solo em sistemas de produção de grãos e fibra do Cerrado, que propiciem melhorias na qualidade física, química e biológica de solos arenosos e argilosos, maior eficiência no uso de nutrientes, aumento do armazenamento e da disponibilidade de água no solo, e mitigação dos efeitos da seca.
Serão definidas estratégias de manejo de plantas de cobertura, rotação e sucessão de culturas em sistemas integrados e diversificados de produção agrícola visando a mitigação dos efeitos da seca em cultivos de safra e segunda safra. O projeto também visa ajustar práticas de manejo do solo e de rotação de culturas em sistemas de produção de grãos e fibras para aumentar o acúmulo de carbono em ambientes com eventuais restrições hídricas, bem como, propor o balanço de nitrogênio, fósforo e potássio em sistemas de produção de soja, milho, algodão e plantas de cobertura como um critério para as recomendações de boas práticas de uso eficiente de fertilizantes.