A abertura de áreas na Amazônia Legal teve grande incentivo do governo federal, a partir dos anos de 1970. O modelo de uso e ocupação do solo naquela época não é mais permitido, o que favorece a implantação de modelos de produção agrossilvipastoris, já que em uma mesma área pode-se produzir grãos, fibras, madeira, proteína animal e ainda favorecer a proteção do solo contra os agentes erosivos, pois esses sistemas favorecem a manutenção da cobertura do solo durante todo o ano. Nesse contexto foi criada uma unidade da Embrapa em área de fronteira agrícola, com grande demanda do setor produtivo por tecnologias que possibilitem a manutenção das áreas produtivas e também uma maior eficiência de uso dos fatores de produção, de onde surgiu o termo "intensificação sustentável". Dessa forma, após sua criação em 2009, a Embrapa Agrossilvipastoril implantou, na safra 2011/2012, um experimento em larga escala onde são monitorados, em 10 sistemas de produção, diversos indicadores de sustentabilidade com objetivo de avaliar as interações bióticas e abióticas nos sistemas integrados de produção para subsidio à definição de estratégias de manejo mais eficientes tanto do ponto de vista ambiental como social e econômico. As ações previstas no projeto buscam atender a demanda crescente por tecnologias, conhecimento e inovação voltados para a viabilidade de sistemas integrados de produção agropecuária frente ao aumento das exigências pela exploração sustentável dos recursos naturais. Portanto, esse projeto visa dar continuidade as avaliações e acompanhar a evolução dos sistemas, para mais três anos. O projeto está estruturado em sete planos de ação, sendo que o PA 1 trata da gestão do projeto, organização das informações e distribuição dos recursos necessários à condução do experimento e atividades de pesquisa. Também será este PA que irá tratar da adequada comunicação entre os membros do projeto, incluindo reuniões periódicas. Os demais PAs contemplam as atividades relacionadas a cada um dos três eixos de produção: PA2 - componente lavoura: produção de grãos, influência do sombreamento na produtividade de grãos e ainda na qualidade de grãos; PA3 - componente pecuária: características da forragem, efeitos do sombreamento na produtividade de forragem e no desempenho e comportamento animal, além de aspectos de sanidade animal nos diferentes sistemas de produção; PA4 - componente florestal: produção de biomassa e qualidade da madeira em diferentes sistemas de produção, geração de indicadores técnicos (desbaste e desrama) e regimes de manejo para diferentes cenários econômicos. Os demais PA's tratam das atividades transversais: PA5 - monitoramento do sistema solo-planta-atmosfera, com geração de indicadores de qualidade do solo, microclima e emissão de gases de efeito estufa; PA6 - monitoramento fitossanitário, com avaliação de danos nos diferentes sistemas de produção. Já no PA 7 serão tratados os temas: economia (obtenção de índices econômicos); jornalismo (divulgação de resultados e matérias em diversas mídias) e transferência de tecnologia (organização de dias de campo e visitas técnicas). Nesse sentido, os resultados obtidos com esse plano de trabalho, contribuirão para o avanço no conhecimento sobre o desempenho de sistemas integrados de produção permitindo a definição de estratégias de manejo mais eficientes, ao mesmo tempo em que fornecerão informações essenciais para divulgar, com segurança, práticas de manejo que devem ser tomadas para maximização da produção dos componentes agrícola, pecuário e florestal em sistemas integrados de produção na região médio-norte mato-grossense. Assim, a adoção de sistemas de produção integrados poderá ser ampliada, com base em resultados de pesquisas sólidas, de longo prazo e escala de fazenda.