A agricultura familiar é predominante em todas as regiões do Rio Grande do Sul, representando mais de 85% do número de propriedades e 30% da área cultivada. Além disso, o RS é o segundo estado com maior número de inscritos no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, com mais de 2,4 mil agricultores cadastrados. Para executar a proposta, pretende-se trabalhar com uma rede já estabelecida de instituições parceiras, entre cooperativas, movimentos sociais, universidades e institutos, órgãos de extensão rural e outros que, desde 2007, atuam em projetos da Embrapa Clima Temperado. Ao longo dos anos essa rede se ampliou e se fortaleceu e, hoje, sua capilaridade a coloca como um espaço privilegiado para atuação. Os ensaios ocorrerão em seis regiões fisiográficas do RS onde feijão, milho, mandioca e batata-doce têm relevância econômica e social. Os parceiros em cada região favorecem a execução da proposta, tanto em termos de logística quanto em otimização de recursos e potencialização de resultados. Não obstante, para atingir os objetivos, é necessário estabelecer uma estratégia de ação também diferenciada e desafiadora. Para tanto, o projeto se propõe a trabalhar com abordagens participativas de pesquisa para qualificar o processo de identificação dos genótipos mais adaptados aos sistemas de produção de base ecológica, não apenas na dimensão espacial e temporal, mas também na perspectiva das preferências e necessidades dos agricultores que, não obstante, podem estar associadas às conjunturas locais e regionais do mercado. Os ensaios regionais completos serão instalados nas instituições parceiras e nas propriedades dos agricultores familiares. Serão coletadas informações edafoclimáticas, geoespaciais, biodiversidade e manejo dos cultivos para analisar a adaptação dos genótipos. Esses resultados, obtidos a partir de uma base consistente de dados, têm grande potencial de impacto tanto sobre a produtividade das espécies quanto na expansão das áreas de cultivo de base ecológica, com possíveis reflexos sobre a dinâmica social e econômica dos agricultores e, consequentemente, da região da qual fazem parte.