O projeto vai realizar o levantamento da fauna e da flora da área de proteção do reservatório de Itaipu, para conhecer a biodiversidade da região e compreender melhor a paisagem regional. Será o mais completo inventário florestal já realizado por uma hidrelétrica. Todos os elementos que compõem a Faixa de Proteção do reservatório de Itaipu e que contribuem para os serviços ambientais fornecidos pela vegetação serão avaliados, tais como biodiversidade de fauna e flora (incluindo levantamento de epífitas), atividade enzimática do solo, ciclagem de nutrientes, abundância e riqueza de minhocas, diversidade genética, potencial de reintrodução de espécies arbóreas nativas, interações antrópicas, padrão de inserção da Faixa na paisagem e estimativa de sequestro de carbono. Além disso, também serão testadas abordagens integradas com uso de dados de sensores remotos embarcados em Veículos Aéreos Não-Tripulados, bem como LiDAR terrestre, visando desenvolver modelos para a estimativa das variáveis de interesse da floresta.
No projeto serão desenvolvidos procedimentos metodológicos para avaliação diagnóstica e análise dos resultados, buscando a definição de alternativas de gestão e estratégias de monitoramento para a vegetação, considerando seu estado-da-arte, ganhos retrospectivos e perspectivas futuras, em abordagens multidisciplinares integradas. O projeto se estrutura em quatro vertentes: 1) inventário florestal multifinalitário; 2) análise de paisagem; 3) plano de gestão florestal e; 4) monitoramento florestal apoiado por sensoriamento remoto.
Será caracterizado o padrão da paisagem florestal, com avaliação dos ganhos em conectividade com os plantios efetuados na faixa ao longo dos anos e serão propostos diferentes cenários visando aumentar a conectividade futura. Ainda nessa linha, uma abordagem inovadora usando imagens terrestres e aéreas permitirá o cálculo de métricas estruturais do valor estético da paisagem, sua espacialização e ranqueamento, e sua comparação com atributos ecológicos das mesmas áreas. Será realizado um processo participativo de definição de objetivos de curto, médio e longo prazo apoiado pelos resultados dos levantamentos e análises, o que possibilitará a definição de locais e cronograma de ações a serem realizadas por meio de um plano de gestão florestal. O projeto também vai testar métodos combinados de sensoriamento remoto, interpolação espacial e upscaling com o objetivo de definir estratégias de monitoramento para a faixa nos anos subsequentes ao encerramento do projeto. Os procedimentos metodológicos desenvolvidos poderão ser aplicados em situações análogas às encontradas na faixa de proteção do reservatório de Itaipu.