O sucesso da fixação biológica de nitrogênio (FBN) na cultura da soja no Brasil, que torna a cultura independente de fertilizantes nitrogenados, é um exemplo para o mundo. Resultados com as culturas do feijoeiro e do caupi também são promissores, graças à identificação pela equipe da Embrapa de bactérias para a produção de inoculantes para essas culturas. Contudo, com o aprimoramento das práticas agrícolas, o lançamento de novas cultivares, a necessidade de recuperação de áreas degradadas, de viabilização econômica de pequenos agricultores e do incremento na diversidade de culturas, demandam estratégias inovadoras de pesquisa, que em harmonia com o meio ambiente visam maximizar a contribuição da FBN com essas e com outras leguminosas, como o amendoim, a ervilha e a lentilha. Este projeto visa a pesquisa com bactérias fixadoras de nitrogênio e promotoras do crescimento de plantas para maximizar a nutrição de leguminosas via microrganismos, permitindo a substituição total ou parcial de fertilizantes, sobretudo os fertilizantes nitrogenados, garantindo altos rendimentos com baixo custo e baixo impacto ambiental. Para isso, esse projeto visa avaliar desde a ecologia dessas bactérias nos solos brasileiros, a caracterização de seu genoma, até a obtenção de novas estratégias de inoculação e formulação de novos inoculantes. A importância dessa pesquisa é ainda maior no cenário atual, ideal para a percepção da necessidade de substituição, parcial ou total de fertilizantes químicos por processos microbiológicos: estima-se que as tecnologias abordadas pela pesquisa envolvam uma economia anual da ordem de US$ 8 bilhões, além dos benefícios ambientais, já que para a produção de uma tonelada de uréia são necessários seis barris de petróleo.