O software ARAquá foi desenvolvido para auxiliar as avaliações de riscos ambientais de agrotóxicos, considerando as possíveis contaminações de corpos de água superficiais e subterrâneos, por meio da comparação de suas concentrações estimadas, em cenário de uso agrícola, com parâmetros de qualidade de água. É a única aplicação, com modelo matemático, desenvolvida especificamente para as condições brasileiras.

A carência no Brasil de tecnologias da informação (TIs), que sistematizem e agilizem os processos decisórios na avaliação ambiental de agrotóxicos, dificulta, ou mesmo impossibilita, a ampla adoção da Avaliação de Risco Ambiental - ARA no âmbito da regulamentação, do ordenamento e da recomendação desses produtos na agricultura brasileira. A direta adoção de modelos e softwares desenvolvidos em outros países esbarra nos problemas do distanciamento da realidade brasileira na concepção e elaboração das suas expressões matemáticas, principalmente quanto às condições de solo e clima, à escassez de dados necessários e, por vezes, à pouca capacitação para utilizá-los e para interpretar seus resultados. Um grande desafio tem sido superar esses entraves.

A tecnologia ARAquá foi adotada e vem sendo recomendada pelo Ibama, desde 2013, na avaliação de riscos ambientais de agrotóxicos no processo de registro de novos produtos [ARA-Ibama]. Com sua adoção, o software ARAquá consolidou-se como produto de uma iniciativa bem sucedida, completando o ciclo de pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico e inovação (PD&I), que vem sendo retroalimentado. Em 2014 foi disponibilizada uma nova versão do ARAquá (SPADOTTO; MINGOTI, 2014) e sua utilização nos processos de registro de agrotóxicos contribui para prever a contaminação de água superficial e subterrânea, identificar, comunicar e gerenciar os riscos ambientais e, assim, minimizar as externalidades sociais e econômicas negativas do uso desses produtos fitossanitários. Também foi desenvolvida uma versão Java, disponibilizada em 2017 como ARAquáWeb, possibilitando o acesso pela Internet.

Quem ganha com isso

Agricultores, população rural e sociedade em geral; IBAMA e outros órgãos ambientais; empresas privadas; pesquisadores, professores e estudantes.

Abrangência geográfica

Nacional (tecnologia adotada pelo Ibama)

Benefícios econômicos e ambientais

A tecnologia possibilita estimar as Concentrações de Agrotóxicos (CAE) e os Quocientes de Risco (QR), em corpos d'água superficiais e subterrâneos em cenários de uso do solo. A utilização de agroquímicos pode gerar resíduos que colocam em risco a saúde humana e os organismos nos diferentes compartimentos ambientais. Considerando os processos de transporte entre compartimentos ambientais, com os quais os agrotóxicos estão relacionados depois de aplicados em áreas agrícolas, o carreamento superficial e a lixiviação merecem destaque, pois podem resultar em contaminações de águas superficiais e subterrâneas, o que, no Brasil, tem sido constatado em diversas pesquisas.

Parceiros

O software foi concebido e inicialmente desenvolvido em um projeto da Embrapa, em parceria com a Faculdade de Ciências Agronômicas – FCA/Unesp e a Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo – Fatec, de Botucatu. O ARAquá continua sendo aprimorado em colaboração com profissionais do Ibama, do Ministério da Agricultura e de indústrias químicas, por meio dos treinamentos oferecidos pela Embrapa.