Para comemorar o Dia do Meio Ambiente (5/6), foi realizada a segunda Jornada Nacional em Defesa da Natureza e seus Povos, um evento que, no Paraná, dentre outras ações, promoveu a distribuição de 15 toneladas de sementes, por meio de um helicóptero em diversos territórios das Comunidades da Reforma Agrária e Indígenas, envolvendo quilombolas, faxinalenses, caiçaras e posseiros do Paraná. A inciativa ocorreu entre os dias 03 e 07/6/24, em diferentes municípios do Paraná, e foi promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), com a parceria da Itaipu Binacional, Embrapa Florestas, Polícia Rodoviária Federal (PRF), IAT (Instituto Água e Terra), Conab (Companhia Nacional de Abastecimento, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná) entre outros órgãos e instituições públicas e privadas. Presença de ministros Quatro ministros estiveram presentes no evento ao visitar a Terra Indígena Rio das Cobras, no município de Nova Laranjeiras/PR, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, a dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, a do Meio Ambiente, Marina Silva, e a ministra em exercício do Desenvolvimento Agrário, Fernanda Machiaveli. Na região foram semeadas 2 toneladas de Palmeira Juçara, 1 tonelada de Pinhão e Implantação de Sistema Agroflorestal Comunitário (SAF). Ao longo da semana, diversas outras localidades receberam sementes de juçara, pinhão e outras espécies nativas, totalizando quase 15 toneladas de vida depositadas no solo. Também, houve a distribuição de mudas de espécies frutíferas e espécies florestais nativas. Além de uma programação de visitas a campo e discussão sobre o meio ambiente e sustentabilidade. Nesta segunda edição, o evento abrangeu vários municípios, com ações ao redor de áreas de assentamento rural, em Guarapuava e Pinhão, além de Antonina e Lapa. Foram contempladas com sementes as reservas do assentamento Celso Furtado e as comunidades Vilmar Bordin, Fernando de Lara e Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu, além das comunidades Nova Geração e Nova Aliança, em Guarapuava e Pinhão. No litoral do Paraná, foi lançada 1 tonelada de sementes de palmeira juçara em uma área de mata. A palmeira juçara (Euterpe edulis), espécie nativa da Mata Atlântica que está classificada como vulnerável na Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção, sofre com a extração ilegal de seu palmito, prática predatória que leva à derrubada da árvore. A semeadura aérea, realizada na Comunidade Agroflorestal José Lutzemberger, em Antonina, busca combater essa ameaça e restaurar a rica biodiversidade da região. Enquanto nos municípios de Guarapuava e Pinhão, onde o clima é mais frio, foram lançadas sementes da espécie Araucária (Araucaria angustifolia), sendo a espécie típica da Floresta Ombrófila Mista e que apresenta grande importância ecológica e de restauração no Sul do Brasil, além do potencial econômico do uso do pinhão na agricultura familiar, sendo todo o suporte de lançamento e semeadura realizado pelo helicóptero e equipe da Polícia Rodoviária Federal junto com às demais instituições. A Jornada Nacional em Defesa da Natureza e seus Povos vai além do plantio de árvores e reforça o compromisso do MST com a preservação ambiental e a valorização da agricultura familiar. “É interessante ver a força que o MST tem em unir os agricultores familiares para fazer a produção e alimentos saudáveis e a recuperação ambiental. No evento também foi falado sobre a importância de se valorizar os sistemas agroflorestais como indutores de desenvolvimento ambiental e social. Considero ser um papel importantíssimo da Embrapa apoiar iniciativas como essa, de transformação no campo e de reforma agrária. Penso que o MST tem muito a ensinar do ponto de vista de organização social e de produção agrícola sustentável”, afirma o pesquisador Luis Claudio Maranhão Froufe, um dos que participaram do evento. O chefe geral da Embrapa Florestas, Marcelo Francia Arco-Verde, presente no evento, destacou a parceria do centro de pesquisas. “A Jornada da Natureza foi um exemplo de organização dos agricultores familiares ao conciliar a proteção e restauração da natureza com a produção de alimentos saudáveis, demonstrando que as duas áreas, conservação e produção, caminham lado a lado, de forma complementar. E a Embrapa Florestas continuará parceira oferecendo suas tecnologias para solucionar os próximos desafios. Segundo Emiliano Santarosa, engenheiro agrônomo da Embrapa Florestas, a iniciativa em comemoração teve caráter também de educação ambiental e de incentivo à produção sustentável de alimentos. “A semeadura destas espécies simbólicas e a distribuição de mudas para estas regiões apresenta um caráter de educação ambiental para adultos, jovens e crianças, incentivando ações relacionadas a produção de alimentos com sistemas de produção sustentáveis. Também incluindo os aspectos sociais e ambientais para incentivo à agricultura familiar e desenvolvimento sustentável nestas regiões. Além de destacar a importância da restauração florestal e conservação do meio ambiente”.