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30/08/24 |

Embrapa e parceiros promovem congresso de iniciação científica

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Photo: Alan Rodrigues

Alan Rodrigues -

Estudantes, vinculados a entidades de pesquisa da região de Campinas, SP, participaram, de 27 a 29 de agosto, da 18ª edição do Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica (CIIC 2024). O evento foi realizado na sede do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e contou com 190 trabalhos de bolsistas dos programas de Iniciação Científica (Pibic) e de Inovação Tecnológica (Pibiti) do CNPq, apresentados em sessões orais e de pôsteres.

O evento é uma realização dos três centros da Embrapa da região – Embrapa Agricultura Digital, Embrapa Meio Ambiente e Embrapa Territorial – em conjunto com o IAC, Instituto Biológico (IB), Instituto de Pesca (IP), Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e Instituto de Zootecnia (IZ). 

A participação no Congresso é uma oportunidade para os estudantes apresentarem os resultados das atividades realizadas em apoio aos projetos de pesquisa. Membro da comissão organizadora do evento, a pesquisadora Poliana Giachetto, da Embrapa Agricultura Digital, destacou que ao longo desses 18 anos o CIIC tem se consolidado como um ponto de encontro para disseminação do trabalho desenvolvido pelos bolsistas. “É uma inspiração para continuarmos avançando na construção de um Brasil mais justo e desenvolvido através da ciência”, completou.

Na cerimônia de abertura, representantes das instituições responsáveis pelo Congresso também reforçaram a importância do evento na formação dos futuros profissionais e, para isso, evocaram a própria trajetória, tendo muitos deles dado os primeiros passos na carreira a partir da iniciação científica.

O pesquisador João Antunes, que representou a chefia-geral da Embrapa Agricultura Digital no evento, é um exemplo. Hoje com 30 anos no quadro da Embrapa, ele contou que seu primeiro contato com a instituição foi como bolsista em um programa do CNPq. Para ele, é preciso ter o dom e gostar da carreira científica, que exige o estudo constante. “É isso que seguimos fazendo e é sempre gratificante observar os mais jovens ingressando também nesta área”.

José Gilberto Jardine, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia na Embrapa Territorial, ressaltou que, hoje, a experiência na iniciação científica não prepara o profissional somente para atuação exclusiva em pesquisa e em instituições públicas. Paula Packer, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, lembrou que, cada vez mais, este perfil também é desejado no setor privado. “As empresas privadas estão investindo em cientistas, então é de extrema importância os bolsistas terem esta oportunidade para troca de conhecimentos com diversos atores, abrindo e traçando esses novos caminhos”.

Experiências valiosas

Além de oferecer aos jovens pesquisadores a oportunidade de publicar seus trabalhos, o Congresso também abre espaço para que apresentem suas pesquisas. Essa expectativa gera uma tensão que cada participante enfrenta à sua maneira.

Aluna de Engenharia Florestal da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Julia Pennachin, 26 anos, foi selecionada para expor no auditório do IAC o seu estudo da estimativa do estoque de carbono das áreas florestais e de pastagem no município de Cacoal, RO, trabalho vinculado a um projeto desenvolvido pela Embrapa Territorial. Ela conta que o preparo começou duas semanas antes do evento, com treinos diários em casa e ajustes na apresentação. Na véspera, a jovem repassou suas falas e optou por relaxar assistindo a um filme à noite. No final, tudo saiu bem. 

Com duas experiências anteriores de apresentação - uma remota, durante a pandemia, e outra presencial, no ano passado, em Pirassununga, SP -, Julia admite ter sentido uma grande ansiedade, mas acredita que as experiências somadas ajudam a dar mais confiança em si mesma. “Percebo que estou melhorando aos poucos. No ano passado, fiquei extremamente nervosa por ser minha primeira apresentação presencial após o período de pandemia. Este ano, embora ainda sentisse nervosismo, me senti mais à vontade”, revelou.

A ansiedade mexe de forma diferente com o jovem Rafael Vidotte (foto ao lado), 22 anos. “Quando fico nervoso, tenho o hábito de andar. Estava na sala de casa pensando na apresentação e, quando percebi, já estava na cozinha; depois ia para o jardim e voltava, sempre refletindo sobre o que iria apresentar”, sorriu. Aluno de Geografia da Unicamp, Rafael apresentou sua análise da dinâmica espacial da produção de tilápia e as estruturas de processamento de pescado no Brasil durante a sessão de pôsteres. O trabalho está vinculado ao mapeamento da aquicultura, coordenado pela Embrapa Territorial. 

Receber feedbacks positivos sobre seu trabalho aumentou sua confiança. Para ele, o grande aprendizado dos bolsistas Pibic e Pibit que participaram do CIIC vai além da experiência no congresso; trata-se também do desenvolvimento de habilidades práticas através da iniciação científica em uma empresa voltada para a aplicação real da pesquisa. 
 

                                                     
                                                                          Trabalhos selecionados


Ao todo, a Embrapa teve 24 trabalhos aprovados para o evento, nove para a sessão oral e 15 para a sessão pôster. Abaixo, estão listados os trabalhos apresentados na sessão oral pelos bolsistas vinculados aos centros da Embrapa.


  EMBRAPA MEIO AMBIENTE

Levantamento de insetos associados à noz-macadâmia 
  Bolsista: Ana Júlia Dias dos Reis Barbosa | Orientadora: Jeanne Scardini Marinho Prado

Perfil de compostos fenólicos de resíduos da elaboração de vinho no Estado de São Paulo
  Bolsista: Caroline Pereira Mourão Moraes | Orientador: Aline Telles Biasoto Marques

Avaliação da performance das projeções de precipitação e umidade relativa de modelos do CMIP6     no Brasil
  Bolsista: Gabriel Carlos Martins de Oliveira, orientadora Emilia Hamada


  EMBRAPA AGRICULTURA DIGITAL

Reconstrução de cenas 3D para geração de dados sintéticos para detecção de frutos
  Bolsista: Sara Andrade Veronese dos Reis | Orientador: Thiago Teixeira Santos

Padronização de dados de solo de experimentos de longa duração
  Bolsista: Hugo Henrique Teixeira Sanches | Orientadores: Debora Drucker / Carla Macário

Análise dos regressores GPR, GLM e K-Nearest Neighbors para a estimativa do número de frutos      em laranjeiras
  Bolsista: André Luiz Valério Almeida | Orientador: Kleber Sampaio de Souza


  EMBRAPA TERRITORIAL

Estimativa do estoque de carbono das áreas florestais e de pastagem de Cacoal, RO
  Bolsista: Julia Alves Pennachin | Orientador: Carlos Cesar Ronquim

Avaliação do modelo Climex em zoneamentos de áreas favoráveis ao desenvolvimento de Diaphorina citri e Tamarixia radiata
  Bolsista: Leticia Barbosa |Orientador: Rafael Mingoti

Caracterização da dinâmica espaço temporal da exportação agropecuária brasileira por portos marítimos e fluviais para dez produtos agropecuários

  Bolsista: Maria Eduarda Silva de Oliveira | Orientador: Rafael Mingoti

 Premiados

O CIIC também destaca os melhores trabalhos em cada instituição, nas diferentes categorias. Entre as três Unidades da Embrapa participantes, foram premiados como melhor apresentação oral os bolsistas André Luiz Valério Almeida (Embrapa Agricultura Digital), Ana Júlia Dias dos Reis Barbosa (Embrapa Meio Ambiente) e Maria Eduarda Silva de Oliveira (Embrapa Territorial). Na categoria pôster, os agraciados foram Victória Beatriz Soares Leandro (Embrapa Agricultura Digital), Maria Eduarda P. Guimarães (Embrapa Meio Ambiente) e Rafael Vidotte Mativi (Embrapa Territorial). 
 
                                                                 
                                                Palestra


No dia 28 de agosto, Deise Capalbo, ex-pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, proferiu palestra sobre a comunicação em biossegurança, abordando possíveis mudanças na percepção pública sobre o uso de Organismos Geneticamente Modificados (OGM).

Capalbo disse que nos últimos 12 anos observou e aprendeu sobre comunicação na eda Ciência. “Potenciais conflitos de interesse podem acontecer pois cada um de nós tem uma experiência de vida. A beleza da ciência é poder questionar e ser questionada”, disse.

Para a pesquisadora, se houver evolução da metodologia ou algo novo, a condição pode ser ratificada ou destruída, conforme as evidências que dão a base mais sólida para se aceitar ou rejeitar essa condição.

“É preciso comunicar fatos e não opiniões. Em pesquisa feita em 2023 mostrou que, no Brasil, a confiança nos cientistas é mais alta quando comparada a outros profissionais”. Desde o início dos trabalhos com OGMS, a aceitação melhorou conforme a comunicação foi feita baseada em fatos, concluiu.

Alan Rodrigues (MTb 2625/CE)
Embrapa Territorial

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Graziella Galinari (MTb 3863/PR)
Embrapa Territorial

Cristina Tordin (MTb 28.499/SP)
Embrapa Territorial

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