Cerca de 60 pesquisadores da Embrapa Agricultura Digital e Embrapa Meio Ambiente participaram de um encontro virtual em 10 de dezembro para aprofundar o conhecimento sobre o AgNest, um ambiente de co-criação voltado para fortalecer o ecossistema de inovação e promover o futuro da agricultura tropical. O projeto se destaca como um laboratório vivo (farm lab) para startups de tecnologia agrícola, com foco na sustentabilidade e no uso de ferramentas digitais alinhadas ao conhecimento científico. A fazenda experimental, que integra o AgNest, passa por transformações significativas, criando oportunidades para parcerias estratégicas com a Embrapa. O evento foi organizado pela Embrapa e Impactability, empresa que atua como Gestor Operacional do AgNest, com o objetivo de apresentar à equipe de PD&I das duas Unidades os avanços ocorridos em 2024, como o AgNest está operando hoje, e quais as oportunidades de cooperação e integração entre o hub e a Embrapa. Além da equipe Embrapa das duas Unidades, também participaram representantes da Supervisão de Ecossistemas de Inovação da Diretoria de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia, e as startups que já estão operando nesse primeiro ciclo de safra no AgNest. Allan Daher, coordenador de Inovação e Marketing do AgNest, conduziu a organização do evento e reforçou a importância de uma relação cada vez mais sinérgica entre a equipe Embrapa e as startups do AgNest. Segundo Daher, a safra iniciada em novembro marca o início das operações das startups na fazenda, e traz inúmeras oportunidades de cooperação e parcerias. Paula Packer, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, destacou o caráter inovador do farm lab, que combina co-criação e conhecimento disruptivo. “Ainda estamos construindo esse espaço, que possui um potencial de benefícios para além do que podemos prever neste momento”, afirmou. O nome “AgNest” reflete a identidade e proposta de entrega de valor do farm lab, como um “ninho” para startups agtechs, proporcionando um ambiente propício para o desenvolvimento de soluções tecnológicas para a agricultura brasileira, explicou Janaína Tanure, chefe de Transferência de Tecnologia (TT) da Embrapa Meio Ambiente e membro do Conselho Gestor do AgNest. Tanure explanou sobre o modelo de governança, gestão e operação do AgNest, e como estão organizadas as estruturas em nível estratégico, tático e operacional, e também anunciou o lançamento do Edital de Oferta Tecnológica 01/2024, que selecionará quatro novas empresas para integrar o Conselho Gestor do hub, como Parceiros de Inovação, junto à Embrapa, Banco do Brasil e Jacto. O edital está disponível no site da FAPED e AgNest e receberá inscrições até 24 de janeiro de 2025. Leo Tostes, Head de Inovação e Sócio fundador da Impactability, detalhou a infraestrutura do AgNest, que conta com uma fazenda operacional diversificada, que pode abranger culturas perenes e anuais, em sistemas de sequeiro e irrigação, e culturas de inverno e verão. Ele destacou ainda as 8 verticais estratégicas do AgNest para atuação com startups, sendo elas: Inteligência Artificial; Internet das Coisas (IoT); Robótica e Automação; Softwares para tomadas de decisão; Sistemas de Produção Sustentáveis; Bioinsumos; Sensoriamento Remoto e Manejo Integrado de Pragas e Doenças. Thais Amaral, chefe de TT da Embrapa Agricultura Digital, ressaltou as oportunidades que a interação com o AgNest pode trazer para a equipe de PD&I da Embrapa, como prospecção de parcerias, co-desenvolvimento de tecnologias aplicadas, ampliação da rede de contatos (networking), acesso a infraestrutura do farm lab, oportunidades de acesso alternativo a fontes de financiamento e investimentos, maior visibilidade profissional para o ecossistema de inovação agrícola, e oportunidades de mentorias técnicas para as startups fomentando futuras cooperações.. No evento, as startups residentes no AgNest, que entraram para atuar no ciclo da safra agrícola 2024/2025, tiveram a oportunidade de se apresentarem para a equipe de PD&I da Embrapa, e posteriormente interagirem com a equipe por meio de uma dinâmica de speed meeting. Cada startup é apadrinhada por uma empresa do Conselho Gestor (Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Agricultura Digital, Banco do Brasil e Jacto) e traz soluções inovadoras para serem testadas no AgNest nesse ciclo, conforme Planos de Trabalho com indicadores e atividades aprovadas pelo Conselho Gestor e Gestor Operacional do AgNest: Sensix: Plataforma digital que auxilia produtores e consultores a tomar melhores decisões sobre o manejo de lavouras usando análise de dados e tecnologia de taxa variável. Gênica: indústria de bioinsumos focada em soluções regenerativas para construção de sistemas agrícolas mais eficientes e sustentáveis. B4A: Startup de inteligência em microbiologia do solo, por meio de diagnósticos detalhados da saúde do solo e uso de IA para sugestão de práticas para que as áreas se tornem mais sustentáveis. GeoApis: Trabalha com foco na mitigação, prevenção e monitoramento da mortalidade de abelhas. Constrói também soluções para monitoramento da biodiversidade, utilizando abelhas. Wyld: soluções personalizadas de conectividade para aplicações IoT em áreas remotas. Ao final do evento, os pesquisadores foram convidados a participar de visita guiada no AgNest, que aconteceu na tarde do dia 12 de dezembro, para que pudessem conhecer in loco a infraestrutura do farm lab e os avanços que o hub teve desde a entrada em operação do Gestor Operacional. A intenção do Conselho Gestor do AgNest é que eventos como o que aconteceu no dia 10 de dezembro sejam replicados continuamente ao longo do ano de 2025, para que seja consolidada progressivamente uma maior interação entre a equipe de PD&I da Embrapa e o AgNest, para que a Embrapa possa cada vez mais se beneficiar de coordenar um ambiente promotor de inovação de formato tão inovador e colaborativo como o AgNest. O AgNest consolida-se como um espaço estratégico para fomentar a sustentabilidade e a inovação tecnológica no agronegócio, reforçando o papel da Embrapa como protagonista na agricultura do futuro.