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Ciência e comunicação impulsionam a agricultura do futuro
A interseção entre ciência, comunicação e agricultura foi tema abordado por Paula Packer, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, no livro "As soluções sustentáveis que vêm dos trópicos". A obra, lançada recentemente pelo Instituto Fórum do Futuro em versões em português e inglês, busca subsidiar debates sobre a contribuição brasileira para a agricultura global e a construção de soluções sustentáveis.
O livro foi elaborado no âmbito do Seminário Fórum do Futuro-Noruega e apresenta um panorama das potencialidades e desafios da atual crise global. Segundo Fernando Barros, diretor-executivo do Fórum do Futuro, a construção de um futuro comum exige a convergência entre instituições de conhecimento, fomento, setor corporativo, produtores, consumidores e jovens.
Para Paula Packer, comunicar a ciência é essencial para moldar o futuro da agricultura e do clima. A disseminação do conhecimento requer uma abordagem acessível e estruturada, reduzindo a distância entre linguagem técnica e compreensão pública. A categorização dos resultados de pesquisa e a integração de artigos científicos, inovação e formulação de políticas são estratégias fundamentais para ampliar o impacto da ciência.
A Agricultura do Futuro surge como solução para questões como insegurança alimentar, energética e hídrica, em um cenário de mudanças climáticas e perda de biodiversidade. O Brasil se destaca globalmente ao transformar-se de importador a um dos maiores produtores de alimentos, por meio do avanço da ciência tropical e da criação da Agricultura Tropical.
"A evolução do setor passa pela ampliação de áreas agricultáveis, adaptação ao clima tropical, desenvolvimento de novos cultivares e aprimoramento genético animal. A tecnologia e a inovação desempenham papel central na transição para uma agricultura mais sustentável, com foco na descarbonização da produção, economia de base biológica e uso de energias renováveis", destaca a pesquisadora.
"O Plano ABC+ (Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) é uma referência nesse processo, acredita Packer, promovendo sistemas integrados como ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), SAF (Sistemas Agroflorestais) e práticas como plantio direto, fixação biológica de nitrogênio e recuperação de pastagens degradadas. Essas iniciativas combinam adaptação e mitigação das mudanças climáticas, promovendo a resiliência do setor agropecuário".
De acordo com Paula Packer, as tecnologias digitais também têm papel crucial na previsão climática, manejo agrícola e eficiência produtiva. Modelos climáticos, bioinsumos e técnicas de sequestro de carbono, como biochar e plantio direto, ajudam a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e a melhorar a produtividade.
No campo das políticas públicas, programas como o ZARC (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) orientam agricultores sobre os melhores períodos de plantio, enquanto incentivos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) remuneram produtores que adotam práticas sustentáveis. O Programa de Regularização Ambiental (PRA) também contribui para a preservação de ecossistemas e recuperação de áreas degradadas.
Diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas e pela necessidade de maior segurança alimentar, a agricultura brasileira segue evoluindo, com base na ciência, na inovação e na integração de soluções sustentáveis. A disseminação desse conhecimento e a adoção de políticas eficazes são fundamentais para garantir um futuro mais resiliente e produtivo para o setor agropecuário global.
As soluções sustentáveis que vêm dos trópicos. Fórum do Futuro - 2ª ed - Brasília, DF: novembro 2024, 183 p., Fernando Barros, diretor-executivo do Instituto Fórum do Futuro.
Cristina Tordin (MTb 28.499/SP)
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