Outubro/2011 - 3ª semana - Regiões Norte, Centro-Oeste/Sudeste e Sul

A implantação de agroecossistemas  sem considerar questões relacionadas à qualidade do solo causa sérios problemas de degradação do ambiente, acentuando, principalmente, as perdas de solo, matéria orgânica e nutrientes. Com isso, ocorrem reduções nos estoques de carbono e nitrogênio do solo, além de outros efeitos negativos como menor eficiência na ciclagem de nutrientes, erosão, assoreamento e contaminação dos mananciais hídricos e redução na biodiversidade de fauna e flora.

O sistema de plantio direto, que consiste na semeadura diretamente no solo com resíduos vegetais na sua superfície e em não revolvimento das camadas pela ação de implementos como arado e grade, é uma alternativa para controlar a degradação do solo e minimizar a emissão de gases de efeito estufa. A pesquisadora da Embrapa Cerrados (Brasília/DF),  Arminda Moreira de Carvalho explica que o  plantio direto proporciona impactos positivos em atributos químicos, físicos e biológicos do solo. "É importante adotar sistemas de manejo produtivos que "sequestrem" mais carbono e nitrogênio, melhorem a eficiência do uso e armazenamento de água e a disponibilidade de nutrientes, e que, contribua para a qualidade física, química e biológica do solo", ressalta.

A redução de emissões de gases de efeito estufa é reflexo do "sequestro" de carbono e nitrogênio pela melhoria da qualidade do solo em função do sistema de plantio direto. As emissões de gases de efeito estufa também têm aumentado em razão do uso inadequado do solo. Aplicações de altas doses de fertilizantes, uso de irrigação sem o devido controle, mecanização intensiva com acentuado revolvimento do solo e incorporação de resíduos vegetais são consideradas práticas que contribuem para a degradação do solo e para a não sustentabilidade de sistemas agrícolas.

Para que o sistema de plantio direto seja sustentável, como frisa a pesquisadora da Embrapa Cerrados, é fundamental um  bom manejo do solo associado às práticas conservacionistas, dentre as quais, o uso de plantas de cobertura com adequada produção de palhada.  "A redução das emissões de gases de efeito estufa será obtida pelos incrementos de estoques de carbono e nitrogênio no solo, e reduções de fertilizantes aplicados às culturas. Assim, o uso de plantas de cobertura nesse sistema, seja em rotação, sucessão ou consórcios,  é fundamental no sentido de se reduzir as quantidades fertilizantes nitrogenados aplicadas às culturas", explica.

Um dos principais impactos da tecnologia do sistema de plantio direto é a possibilidade de melhorar a qualidade do solo com uso de plantas de cobertura, incluindo leguminosas com elevado potencial de fixação biológica de nitrogênio. Consequentemente, a capacidade produtiva do solo poderá ser mantida ou mesmo recuperada, contribuindo para minimizar a abertura de novas áreas sob vegetação natural de Cerrado.

Prosa Rural é o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

 

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