Ovinos de Corte
Diagnóstico de Prenhez
Autores
Carlos José Hoff de Souza - Embrapa Pecuária Sul
José Carlos Ferrugem Moraes - Embrapa Pecuária Sul
Na medida em que vão sendo introduzidas tecnologias para incremento da produção ovina, torna-se importante o conhecimento precoce do diagnóstico de prenhez para definições de manejo. Em sistemas mais avançados tecnologicamente, o reconhecimento de gestações gemelares é importante para ajustes na nutrição das ovelhas prenhes ao longo da gestação. As limitações físicas para a consecução de palpação interna da genitália para constatar a presença de gestação nos ovinos determinaram a geração de outras técnicas para o alcance desse objetivo. A mais simples dentre elas é o exame do úbere. Esse exame consiste na inspeção e palpação do úbere para verificar sua edemaciação prévia ao parto. Esta técnica é bastante eficiente, porém, só é suficientemente precisa quando utilizada no mês que antecede o parto. A ultrassonografia como método de diagnóstico de prenhez dos ovinos é o sistema mais eficiente, embora apresente algumas limitações.
O uso do sistema “Doppler” foi o primeiro adaptado para diagnóstico de gestação de pequenos ruminantes e suínos pelo baixo custo dos aparelhos específicos. As suas limitações dizem respeito à idade da gestação em que o método viabiliza resposta precisa, em torno de 100 dias e a necessidade de habilidade do operador para a execução dos diagnósticos. Já a ultrassonografia diagnóstica viabiliza resultados precisos no primeiro mês de gestação, tendo como fator limitante o custo do equipamento e a variabilidade de sondas (convexas e lineares) que interferem nos resultados alcançáveis. Uma tecnologia bastante simples que pode acompanhar o sistema de controle preconizado para os acasalamentos, consiste no uso de rufiões com coletes marcadores de cor preta introduzidos nos rebanhos 48 horas após a remoção dos carneiros ou encerramento das práticas de inseminação artificial.
Esses animais devem permanecer no rebanho pelo período de um ciclo estral, sendo recomendado três semanas. Ao final desse período todas as ovelhas marcadas com a cor preta sabidamente não estão gestantes e podem ser destinadas a outro local para manejo ou descartadas, como um critério para incremento da fertilidade. Ainda existem provas diagnósticas baseadas em respostas hormonais à gestação, tais como a determinação dos níveis de progesterona plasmática a partir do 19o dia de gestação, dosagem de sulfato de estrona, hormônio lactogênico placentário e ainda algumas glicoproteinas associadas à prenhez também detectadas no soro ou plasma sanguíneo.
Essas provas são bastante precisas, porém de baixa utilidade prática. De um modo geral a acurácia de cada método mencionado é razoável quando utilizado dentro de seus limites de idade gestacional, limitações técnicas e habilidade do operador.